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Água Vai : revista portuguesa de cultura. No. 6 (Ano letivo 2014/2015) - Biblioteka UMCS

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Regresso às origens Powrót do korzeni

A sexta edição da revista dos alunos de português da UMCS é um regresso às origens. Não só porque a maioria dos artigos são da responsabilidade dos alunos de português da UMCS mas também porque estão traduzidos para polaco. Desta form a chega ­ mos a um público mais vasto e possibilitamos que os nossos alunos possam pôr em prática os conhe­

cimentos que têm na área da tradução. Esperamos desde agora manter uma periodicidade mais re­

gular, mesmo sabendo que nem tudo depende de nós e da nossa boa vontade. Não podemos deixar de agradecer aos alunos que colaboraram na ela ­ boração desta edição e dedicar algumas palavras a todos aqueles que estão a terminar a licenciatura ou o mestrado. Foi um prazer trabalhar convosco e desejamos sinceramente tudo de bom no futuro, muita sorte e que a vossa aventura com a língua portuguesa não termine por aqui.

Szósta edycja czasopisma studentów języka por ­ tugalskiego UMCS to powrót do korzeni. Nie tylko dlatego, że za większość artykułów odpowiadają studenci języka portugalskiego na UMCS-ie, ale tak­

że dlatego, że są przetłumaczone na język polski.

Taki sposób publikacji pozwala na dotarcie gazety do szerszego grona odbiorców, a także umożliwia naszym studentom ćwiczyć swoje umiejętności w dziedzinie tłumaczeń. Mamy nadzieję, iż od teraz uda nam się publikować gazetę regularnie, lecz zdajemy sobie sprawę, że nie wszystko zależy od naszych dobrych chęci. Chcielibyśmy podzięko ­ wać wszystkim studentom, którzy współpracowa ­ li wraz z nami. I na koniec kilka słów dla naszych tegorocznych absolwentów. Praca z wami to była przyjemność. Szczerze życzymy wszystkiego do ­ brego w przyszłości, powodzenia oraz tego, aby wasza przygoda z językiem portugalskim nie za­

kończyła się tutaj.

C0MÕE5

INSTITUTO _ DACOOPERAÇAO E DA LINGUA

PORTUGAL

* *

UMCS

MINISTÉRIO DOSNEGÓCIOS ESTRANGEIROS

Índice

Editado pelo Centro de Língua Portuguesa/Camões em Lublin Wydane przez Centrum Języka Portugalskiego/Camões w Lublinie

Diretora do Centro/Dyrektor Centrum Professora Doutora Barbara Hlibowicka-Węglarz

Prof. Dr. Hab. Barbara Hlibowicka-Węglarz Grafismo/Grafika

Jorge Branco Redação/ Redakcja Aleksandra Moskal

Anna -Krupa I Joanna Dudek Liliana Wajrak Małgorzata Stankiewicz

Martyna Jędrzejczyk

Colaboradores/Redaktorzy Agata Błoch Aleksandra Guz Aleksandra Porębska

Dominika Ładycka .Ewa. Tomaszewska

.Katarzyna Rejter I -Maciej Durka Magdalena Jóźwik

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uk

Contos

- “A tirania do Semsentido” de Kamila Wiśniewska ...2

- “Se o caso é chorar ” de Serenna Cacchioli ... 4

- “ O regresso do rei” de Anna Krupa e Małgorzata Stankiewicz ... 7

- “ Aor em duas rodas ” de Dominika Ładycka e Patrycja Cieśluk ...15

- “A m esa ” de Małgorzata Koprowicz... 17

Música - Entrevista com Kinga Rataj por Liliana Wajrak... 19

Desporto - Futebol português e polaco: diferenças por Maciej Durka ... 21

- Entrevista com Adison Schneeweiss por Aleksandra Porębska...23

Opinião - Serviços académicos por Magda Jóźwik ...25

- Viajando pela vida? por Aleksandra Guz ... 27

Ecologia - Em socorro dos linces por Anna Krupa ... 29

Brasil - Afro-brasileiro: inspiração para a cultura nacional 1889-1930 por Agata Błoch ...31

- Brasileiros e Lublin por Aleksandra Moskal...34

- O gaúcho - um estado de espírito por Katarzyna Rejter... 37

Cinema - Imagine, de Andrzej Jakimowski, 2012 por Martyna Jędrzejczyk...39

Poesia - Entrevista com Alexandre Soares por Monika Czarkowska-Guziuk ... 41

- Poemas de Alexandre Soares (tradução de Joanna Dudek e Ewa Tomaszewska)... 43

Centro de Língua Portuguesa/Camões em Lublin - Entrevista com alguns alunos dos cursos de português... 45

- Atividades do Centro no ano letivo 2014/2015 ... 48

Fotografia: JorgeBrai

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Contos Contos

A TIRANIA DO SEMSENTIDO

1° Concurso Literário Inter­

nacional do CLP/Camões em Lublin.

1° lugar ex aequo

O Semsentido é ummonstromalig­ noepoderosoquedispõedeuma força argumentativa admirável e ao mesmo tempo surpreendentemente fácil, pois todaa sua arte consisteem assegurar à suavítima de que as atividades diá­

rias dela simplesmente não têm senti­

do nenhum. Pararealizar este objetivo, serve-se de um programa minucioso de desmotivação com o que doutrina o seu presoaplicando-lhe dia apósdia umas colheres bemmedidas de triste­ za e deceção.Se a vítima é propícia ao tratamento, o Semsentido não demora em apoderar-sedos seus pensamentos paraosconverter depressa emrios pre­ tosquedesembocam nooceanode sem sentidoonde naufragam todas as lem­ branças positivas e os velhos sonhos.

Saibam, que este malvado é muitoágil.

Espera para um momento adequado, um derrubamento instantâneo, umleve extravio do teu curso vital, um curto suspensona lucidez da mentepara fazer o ninhocómodo na tua cabeça.O Sem- sentido é o rei do espaço urbano.Gos­ ta de refestelar-se nas escadas daloja debebidas tanto comonas oficinas dos homensde negócios. Revela umaafeição pelos estudantes, especialmente pelos da Faculdade de Letras. Muitas vezes aproxima-sedazonauniversitáriapara se divertir, pois agrada-lhe o gosto pela inutilidade que revelam. É entusiasta das largas tardes deinverno e das noites de insónia. Vagaentão pelacidade em busca de uma cabeça inútilondepossa dormir arrulhado pela triste melodia dos pensamentos pesados como uma velha locomotiva a vapor.

Quandoviu a Clara, logo pressentiu que asreflexões de chumbo delafar-lhe­ -iamuma ótimacompanhia. E assimfoi.

É curioso,mas a rapariga não se lembra do momento emque começou aperse­ gui-la, o que demostraa habilidade de Semsentido para a camuflagem. Supõe que o apanhouuma vez como se apanha agripeou que o confundiucoma gripe, pois pareciam-semuito, especialmen­ te no estado estado de modorra que

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provocavam. Seria numa destas tardes quando costumava levar a passear as suas inquietudes que sonolentasduran­ te o dia,animavam-se encorajadaspela escuridão. Afugentavam então o sono que elaesperava com a ilusãoapesar de que este sempre a dececionava trazen­ do a serenidade para roubá-la depois no momento mais intempestivo - de manhã. EaClara não gostava destapá­ lida luz matinal quetornava agudas as bordas detodas ascoisas atéque pare­ ciam os dentes de animaisselvagens. O despertador, por exemplo, demostrava a suadentadura rugindo comoumleão faminto, como se quisesse devorar o novo dia que chegavatimidamente, re­ conhecendo que não era bem-vindo. O Semsentido também o esperavasópara o assaltar. Espreitava-o comosacopara lixo em que queria metê-lo assim que ele aparecesse. O novo dia ao princípio lutava: corria na desesperada procura do ar, mas finalmente cansava-se e até se esquecia para que tinha vindo. As ilusões que trazia consigo, convertiam­ -se em um exército derrotado e aClara entendia em que consistia aimpossibi­

lidade de recolher os pensamentos. Os seus,coincidiam em sóuma coisa:gri­ tavam em uníssono que o novo dia não merecia a atençãoe empenhavam-seem ignorá-lo. Assim, era necessáriolevá-las arrastando.

Nestas condições, o caminho quo­ tidiano para a Faculdade adquiria os traços de modalidade desportiva: 300 metroscom obstáculos, pois além dis­

so havia que esquivar-sedamuniçãodo Semsentido. Este, adestrado em efeitos especiais,cobriaasruascompinceladas negruscas,esfarrapava os prédios com asgarras e elevavaasbuzinas paraque produzissem os sons estridentes. Ao mesmo tempo, diluía os pensamentos dela na tinta preta e com o trapo sujo apagava as lembranças reconfortantes quelograram sobreviverna suamemó­ ria. Se a Clara queriair de autocarro,ele jálá estavaespreitando-a com os olhos cansados de passageiros, refletindo-se nos seusrostos franzidos. Pormuitorá­ pidoque elacorresse, alcançava-a sem­ pre com uma satisfação maligna para zombar da suatorpezamatinal e outra vez, assegurá-la de que o quefazianão

tinhasentido. As aulas das 8que ela as­ sistia, ofim do recorrido matinal, eram uma ocasião idónea para desenvolver esta atividade. O Semsentido com o sorrisotriunfadormostravao saco com o dia estrangulado e agora dedicava­ -se a maltratar os pensamentos dela, o que provocava os engarrafamentos nas vias decomunicaçãocom o mundo ex­ terior. As palavras dos professores tar­

davam em encontrar o caminho parao seu ouvidocomo se fossem os comboios atrasados. E as suas, enfurecidaspores­ tar despertas,nempensavam em apre­ sentar-secomo se ainda estivessem em pijama. O Semsentido divertia-se muito dirigindo esta paródia:por mais que a raparigatentasse prestara atenção, ele ficavacheio de sono e irritação. Com os bocejos molestosindicavaoseudespre­ zo epronto exigia a voltaimediatapara casaondereclamavaacomidaquente. O seu pratopreferidoeraosplanosparao futurocom uma dose deesperança que devorava sem deixar rasto. Isto,basta­ va-lheatéà noite, quando se alimentava com as ganas do sonho daClara.Assim, esta ficava mais e mais desesperadao queprovocava discussões violentas en­ tre eles.Durante uma das maisbrutais, araparigaatirou-lheàcabeça opesado dicionárioespanhol-portuguêsquenes­ ta batalhaperdeuacapa. O Semsentido por sua parte, engasgou-secom a sopa deletrase ficou indisposto. Por isso, ela ganhou unsdias de repouso, durante os quais rodeava-se das palavras como o que tem febre enroupa-se commantas.

Eramaspalavrascuriosas,intrigantes e engenhosas,quetinhamasua história e família, que se agrupavam em frases e depois em tropasde textos. Nestaforma ofereciam-se devoluntáriaspara tirar a gravidadedospensamentos eventilara mente.

Pois,quandomaisdeprimidaestava, mais próximossentia os que emprega­ vam as letrascomoum espaçoparaen­ cerrar a sua amargura, que, submetida aos caprichos do engenho, tornava-se indefesa. E, oque é curioso, vista desta perspetivarevelavaoseu lado mais cla­ ro,o da inspiração.

Quando mais deprimida se sentia, ainda mais desfrutava de imaginar a vida que pulsava nos lugares que sur-

A TIRANIA DO SEMSENTIDO

giam do papel: as fadistas que no véu das suasvozes envolviam as ruas es­

treitas de Alfama, asconversasdos lite­

ratos animadas pelo café da Brasileira, os navegantes que se lançavam às ondas contra ventos e marés. Cria que a gen­ te que ama o martentaalcançarcom a vistao horizonte, apesardequeos seus olhossó se enchemde infinidade.Ape­ sar de quecadaprovada conquista des­

te espaço traga o perigo de encontrar oGigante Adamastor,o espanta-barcos que seguramentetornou-seuma pedra imóvelporveroterrordoshomenstra­ gadospelasondasimpiedosas.

Eenquantopodiacompreender este vigilante marítimo, explicando a sua atitude como amor cego pelo mar,não encontrava nenhuma desculpa para a existência doSemsentido. Estesó amava os gritos dosnáufragos que enterravam oseu atrevimentono fundoescuro das águas.

Por mais deprimida que se sentia, mais tristeza lhe causava a perspetiva de deixar extirpar os seus sonhos pelo Semsentido que não desapareceujun­ tocom o inverno.Pelo contrário, coma chegadadaprimavera, o seu programa dedesmotivaçãoflorescia adquirindoo tamanho da selva tropical. Sobre o es­

pesso firmamento das amarguras quo­ tidianaso Semsentido zumbia como um inseto odioso, que por mais pequeno que fosse, roçava os nervos. E este era fornido como o rei do jângal.Até que umdia, a Clara, atrevida pelosprimeiros sintomas de loucura, decidiu matá-lo, semmuita brutalidadeporém, pois a es­

pantavaavista do sangue. Os estranhos personagens que de vez em quando atravessavamorecinto dasuafantasia, querdizerum Vagamundo desejoso de novos lugares e um filólogo com ânsia depalavras alheias,também se sentiam ameaçados com a presença dele. Con­

tribuíramentãoparaurdir umplano de expulsão, que consistia em abandonar o inimigo numlugar distante para que morressedesaudade ou paraque caís­ se acidentadamente do Cabo de Roca..

AClara gostou imenso da ideia, porque sempre quis ir aolongeepalpar as ima­ gens construídas na cabeça a partir da leitura, masfaltava-lheoimpulsoetam­ bém umas coisas menos abstratas.No

entanto,comotemiam, o Semsentido re­ cusou rotundamente esta proposta. Se calharpressentia nohorizonte oponto de irreversibilidade. Além disso, tinha medo de voar, poisera umsercomaca­ beça paraabaixo. Assim,o Vagamundo, que falava mais altoneste projeto, man­ doudeixá-losozinho e perdido,exposto aos labirintos enganosos do aeroporto que abriam as suas bocas de lobo. Foi o momento crucial na relação daClara com o seuperseguidor etinha que ter­ minar por revelarquem resistiria àse­

paração. O risco era maior para quem se lançava a aventura, então ela temia que emvez de desterrar oSemsentido do seu espaçovital, se desterrasse a si.

A suapreocupação não carecia de mo­ tivos, se reparamos que eraumadestas pessoas que não conseguem localizar o seu carro no aparcamento de super­ mercado. O risomalvado do Semsentido soava nos seus ouvidos com a ameaça dequeomesmosucederia em qualquer outro lugar, masoalcance do fenómeno seriaainda maior, poisseperderia o seu rastotão efetivamentecomo o de D. Se­

bastião.Apesar do ruído das máquinas, ouvir como o Semsentido, exasperado portantainsubordinação, balbuciacom fúria outros riscos destainsensatez.No entanto nesta altura,nãoera nada mais de que uma figura grotesca,tombada no chãocomoumacriançamimada. A Cla­

ra,quandoporfimperdeu de vista esta lastimosa cena dedespedida,converteu­ -se em participantedeoutroespetáculo, dirigido por ela às cegas sobreo fundo do céu estival: lançava-se ao fluxo de cores, sons e imagens. Navegava entre elas semrumo esem o peso que lhe fi­

zessetitubear,atontada sódetantover e ouvir. Gastou os sapatos ao percorrer as ruas queimadas pelosolecansou os olhos ao perseguir os raios iluminado- res que abrasavam os prédios antigos bailaricando nos telhados, deslizando pelos vidrose perdendo-seentre os pas­ santes. Queria aproveitar cada instante deste desassombro recuperado para mobiliar de novo a sua memória. Aspi­ ravaaliberdadedesejandoarmazená-la nos seuspulmõeseassimdescarregá-la consigo. Eselogo alguémlhepergunta­ vaque lá fazia,não podiaconcretizar a suaexperiência.

3

(4)

Contos Contos

A TIRANIA DO SEMSENTIDO

Do ponto de vista educativo, a sua viagem realmente carecia de sentido.

Não visitou nenhum museu que a en­ riquecesse culturalmente (por falta de dinheiro e por se perder) Não provou muitas manjares locais (por falta de di­ nheiro) e não fez muitas amizades(por ser tímida). O Semsentido poderia estar orgulhosodesim, mas não estava. Ao vê­ -la voltar com os rastosdo sol nosolhos, sentiu-setãoinseguro como o bonecode neve com a chegada da primavera, ape­

sar de que ainda ameaçava com a sua reencarnação em figura maispoderosa, assimque o invernovoltasse.

Noentanto, o inverno,mais que uma estação doano era uma época de âni­

mo,em que as ganas deviver pareciam congelar-se,mas realmente não podiam fazê-lo, como não é possível congelar o marinteiro. O gelo na beira é só um tru­

que,para quenão vás mais longe, onde osbarcosnavegam a todavelocidade.

Por via das dúvidas, a Clara guardou o bilhete comprado no primeiro lugar que alcançaram os seus passos fugiti­ vos como se as lembranças não fossem a prova definitiva da sua presença ali.

Sabendo que a memória eraum instru­

mento pouco fiável,propício amisturar aimaginaçãocom a realidade, precisava de uma prova palpável, para quequan­ do as sombras voltassem a escurecer de novo a sua mente,tirá-lo da gavetae afugentá-las,comprovando queexistem os lugares onde o sol tintao céu de cor de rosa. E que teve sentido buscá-los e terá sentido lávoltar.

Zofia Zagróbska: Pseudónimo de Kamila Wiśniewska,estudante, que fre­

quentaatualmente o 1° ano de mestrado em Filologia Espanhola na Universidade Jaguelónica em Cracóvia.

SE O CASO É CHORAR

1° Concurso Literário Inter ­ nacional do CLP/Camões em

Lublin.

1° lugar ex aequo

Faça suasoraçõesumavez por dia edepois mandea consciência junto com os lençóispra lavanderia.

Tom Zé

Ah!Oublier. Quel enfantillage!

J.P. Sartre

Uma das coisas de que mais gosto nesta minha nova condição solitáriaé o facto de poder gradualmentereconhe­

cer os lugares e as pessoas que até há pouco tempome eramestranhos. Gosto de me surpreender com a atenção que dispenso aos empregados de mesa nos bares,às caixeiras, aos vizinhos... É algo novo para mim, sempre tão centrado exclusivamente na minha pessoa. Gosto de, finalmente, ter tempo de levantar os olhose cruzar os dos desconhecidos.

Há um empregado no café Pôr do Sol que sorri muito, tem os ombros largos e magros e na minha cabeça já passeia chamá-lo «o islandês», por ter os olhos amendoados. Um dia perguntar-lhe-ei de onde vem. Gostotambémde fazer as comprasnaúnica loja que encontrei por aqui e vou lásempre nos horáriosdacai- xeira de ar desesperado. Uma espreita­ da naqueles olhos possessos, enquanto pago o colutórioe os iogurtes,melhora instantaneamente o meu dia e isca uma série de fantasias que acabamporocu­ par grandeparte das minhas tardes. Um dia perguntar-lhe-ei comose chama, e que raio dedemónio lhe assombra con- tinuamenteos olhos.

A aldeia é pequena e toda a gente se conhece.Sei que para eles sou o es­ trangeiro que anda descalço e que dá um mergulho no mar quase todas as manhãs. Perceboque me olhemde viés, ainda que sorrindo. Mas, por enquan­

to, tudo isto me agrada.Esta atmosfera ociosa, a possibilidadedeesvaziar a ca­ beça, nãopensar em nada, não conhecer ninguém. Ler, escrever, comer só quando tiver fome. Esta manhã, envolvido pelo ar fresco àbeira-mar, sentindo ocheiro a salsugem eavida selvática, preparei uma torrada com requeijão e doce de

abóbora. Foiumdaquelesmomentos de graçaquea vida me dá, por vezes, ines­

peradamente. O doce de abóbora com umlevesabor a canela, o requeijãofres­

co e o mar a inchar os músculos à minha frente atravessado por luzes amarela­

das. A tranquilidade.

No entanto, às vezes, ainda me acon­ tece. Pode ocorrer em qualquer mo­ mento do dia, chega sem avisar. É uma sensação de sufocamentoque meaper­

ta o pescoçoe desligatodas as luzes do mundo. Não hánenhuma razão aparen­ te para tal acontecer e quando ocorre fecho os olhos e entro no quarto.Mais que um quarto, diria que é uma cela.

Um pequeno quadrilátero obscuro com grossas paredes depedra. Geralmente, no fundo está oprimeiro interrogador mas não o vejo. Ouço a sua voz, entre­ vejoasuasombra.Começa sempre com as perguntas canónicas. Porque é que tefosteembora,do que é que foges, até quando conseguirás não enfrentar os teus medos. Já sei, já sei. E eu respondo sempre o mesmo, tento desconversar.

Depois, pergunta-me por ela. E, então, a sensação deasfixiatorna-se mais in­

tensa.Nada,digo.É sempre igual. Gosto muito dela, sinto a suafalta, quase não consigo pensar em outra coisa. Tento distrair-me,falo com as caixeiras mas nada. O fantasma dela volta, acaricia-me o cabelo, fazum sorriso malicioso, ro­ deia asaia e vai-seembora. Já não tenho nenhuma dúvida, quero que ela volte, queroque tudorecomece.

Ouço, então umruído de papel amar­

rotado.Aparece o segundointerrogador ao meu lado esquerdo esacauma folha do bolso. Não o vejo bem,tenho a im­

pressão de queémais novo do que eu e quetem bigodes. Tem umar severo. Pelo queresulta,dizele,do seu últimoemail ao seu amigo Charles Arrowby, as coisas nãoestãobem. Lêem voz alta.

Enviadoa 15 de maio de 2014, às 00h23, de um café cibernético na rua dos Anjos, emLisboa.

Charles,

Euseiquedeveríamos falar deti,da tua nova vida, dos teus projetos e, re­ almente, gostaria de saber o que fazes, quem são as pessoas que povoam os teus dias em Bruxelas, como está a correr o trabalho, se estáscontente ou não. Mas,

SE O CASO É CHORAR

nestemomento, não consigofalarde ou­ tra coisa se não do que já discutimos mil vezes. Eu sei,sou aborrecido, repetitivo, mas querofalar-te deB.Nãoaconteceu nadaquetu já não saibas, oquemudou são as coisasdentro de mim e preciso de falardisso, de saberse a ti também acon­ tece omesmo,por vezes.Apercebo-mede que, quase todos os dias, me contouma versão diferente de como correram as coisas com B. Éestranho. Há dias em que me reconcilio com o seu fantasma,conto­ -meque meportei mal, fui incoerente, di­

go-me que elatem todasasrazões parajá não confiar em mim e peço-lhe desculpa mentalmente, imagino beber um copo de vinho com ela e dizer-lhe «desculpa-me».

Desculpa os meus olhos,desculpa os meus gestos, desculpa a banalidade do meu de­ sejo,não foi por mal. Eimaginoque ela me perdoe e quevoltemos a conversar com aquelacumplicidade que tínhamos, que voltemos a sair juntos e quem sabe. Ou­

tras vezes,conto-mequefoi elaatratar­

-me mal,foiela a usar-me,a magoar-me propositadamente e aí sinto-me ferido, como enganado, eapetece-me cancelá-la daminha vida,nunca mais voltar a vê­

-la, esquecertudo o que vivemos juntos.

Charles,como é possível?Como é possível que eumude continuamentede ideia so­

breela,dependendo da históriaqueme conto na minha cabeça? Como correram as coisas realmente? Já não sei, já não me lembroe o tempo dilui tudode modo que já me é impossível ter um olhar objetivo.

Tento examinaras coisas do alto, mas de­ pois, ao deslocar-me numa posição dema­ siado alta, já não consigovernada. Pron­ to,é isso.Um desabafo. Aceita este abraço grande que te dou.

Quandoo interrogador acabou deler, com voz profundaeseca, enxugouumas gotas de suor da testa com a palma da mão direita. Eu não sabia o que dizer.

Queriam que lhes explicasse todas as matizesdosmeuspensamentos? Esque­ ce. Fiquei calado e saí da cela a passos lentos. Música. Há uma músicaque cos­ tumo cantarolar-me na minha cabeça sempreque devo sairdacela.Ajuda-me muito. É umamúsica do Louis Moholo, otítulo é comprido e não me lembro de comoé em inglês,massignifica alguma coisacomo«não me conhecerásporque já pensas conhecer-me»,ou algodo gé­

nero. Ar, finalmente.

***

Na língua portuguesa há uma coisa que me perturbaacimade tudo, e são as palavras que começampordes.Parece umprefixofácil de usar, geralmente co­ la-seàs palavras paracriar o seucontrá­ rio, comoatar-desatar, fazer - desfazer, e assim por diante. E pode usar-se em diversasocasiões, comose,em cadaoca­ sião viesse um empregado zelosopara pôr o casaco do des à palavra emques­

tão. E, vestindo o casaco,emaranhasse os sentidos. Tenho a impressão de que os portugueses usam estas palavras sem o cuidado necessário que reclamam as coisasaltamente poéticas.Nem se aper­

cebem da poesia da sua língua. Desen­ contro é algo,por exemplo, de muito po­ éticoquenão se pode traduzir naminha língua.Parece fácil, nada maisdo queo contráriode um encontro. Mas o que é o contrário deumencontro?Ainda hoje não o sei dizer. Não sei se seráuma co­ lisão, uma disputa, ouumafastamento, seé algo de físico ou mais mental, sea palavra indica o momento em que nos separamos ou mais umperder-se de vis­ ta lento e silencioso?Se seráumnãose encontrar porcausasdeforçamaior ou por uma decisão ciente de duaspessoas?

Duas? Ou mais? Não sei, mas o mistério destapalavraassusta-me.Umavez pedi aoDiogopara me explicar o queeraum desencontroparaele. Não ajudoumuito.

Em frente de uma imperial declarou-me, com ar muito sério:

équandotipocombinamosumacena- eaconteceumamerdaqualquerenãopo- demosir, tás a ver? Não se apercebem da poesia. Há outras palavras que me perturbam. Todas começam por des.

Desconversar, desencaminhar, desvai­

rar, desavir... Mas desencontro é a pior detodas. Não sei se foiumdesencontro, entre B. eeu.Provavelmente sim, o que quer que tal signifique.

***

Finalmente,encontrámo-nos. Foina cela, o outro dia. No início eu não con­ seguia falar. Elasabiaexatamenteonde começava e onde acabavaa minha com­ petência nasua língua. Sorria. Mas não era a incompetência que me emudecia.

Era o aperto no pescoço.Tudo quanto queria dizer esmigalhava-se-me nagar-

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Contos

O REGRESSO DO REI POWRÓT KRÓLA

Contos

SE O CASO É CHORAR

gantaantes de sair. Só depois de algum tempo conseguimos comunicar. Com poucas palavras e muitos olhares, uma vez depostas as armasdagramática.En­ tretanto, as paredes da cela estreitavam­ -secada vez mais,mas sentia-me bem e ela parecia descontraída. De repente começou a rir. Riu-se forte, como se es­ tivesse alibertar-sede algum monstro que, espasmodicamente, saía das suas gargalhadas. Porquê? Não percebia a ra­ zão de tanto riso.Pus a minhamão deva­

garpor cimada sua boca com umgesto fraco, como para calá-la. Continuou a rir-sedentro da minha mão, invadindo­

-me de calor. Fecheiosolhos. Precisava de música. LouisMoholo.Nãoconseguia lembrar-me damelodia. Não consegui­

riasair dacela.BillieHoliday. You go to my head? Isto ajuda,às vezes,eu sei, já tentei, já saída cela graças àBillie.Nada.

Não. Não me vinha à cabeça a melodia.

De repente B. deixou de rir.Eeu precisa­

va dear. Estava terrivelmenteenvergo­ nhado.Tirei a mão dasua boca ejánão sabia ondepô-la. No bolso?A atormen­ tar as botoeiras do casaco? Já não me lembravaonde tinha deixado osóculos, tudo me deslizava das mãos e da vista.

De repente não sabia quem era, o que fazia ali, o que deveria dizer e B.,parada à minha frente, com o olhar perdido al­

gures entre omeu nariz ea minhaboca.

Yougo to my head, and you linger like a haunted refrain, and Ifind you spinning round inmy brain, like the bubbles in a glass of champagne. Eis Billie Holiday, eis a melodia. Já podia dar uns passos para a saída. Fugir. You go to my head, with a smilethat makes my temperatu- re rise, like a summer with a thousand julys, you intoxicatemy soul with your eyes. Estavafora.Suspiro.

***

O mar, de novo o mar, sempre re­ começado. Vento fresco, cheiro a sal- sugem. A vida do lado de fora retoma o seu espaço, violentamente. Agora já falo com oislandês.Não ébemislandês, vem de Cuba noAlentejo, confessoque perdeu umpouco do seu charme.Já fa­

lei também com a caixeiramasnão tive a coragemde lhe perguntar coisasínti­

mas. Falámosdopreço dos cereais e das propriedades nutritivas da beterraba.

Melhorque nada.Não sei se devo con-

tinuar nesta minha reclusão ou,então, voltar à cidade. Ainda tenho medo dos interrogatórios. Ainda receio osfantas­ mas. A solidão não ajudoua ultrapassar tudo isso. hei de encontrar outramanei­ raparasair daí. Nãotenho notícias reais de B. Pergunto-me o que estará a ler, por que autor estará a perder a cabeça. Será um autor bom, fiável? Ou, quiçá, dema­ siado comercial? Estranho não estar atualizado sobre assuas leituras.

Não preciso dela. Por vezes, pensa­ mos que precisamos de alguém mas, na verdade, só precisamos de nos sentir como esta pessoa nos faz sentir. Pode­ mos,nofundo,encontraroutrasmanei­ ras de nossentirmosassim. Leves, riso­ nhos, encantados. Na realidade preciso dela, e só dela. Como pessoa. Gosto do seu mundo. Quero dizer-lhe que o seu universo é lindo, que como um astro­ nauta da memória gostava de explorá-lo, queria ensinar-lhe a minha língua,co­ mer o pequeno-almoço compão e man­ teigaconversandodos sonhos da noite, viajar com ela,perdermo-nos numa ilha qualquer,escrever cartas, boiar na feli­ cidade.Em suma, sentir-me vivo. Mas a vidaéreal e de viés, diziauma canção do Caetano. E quem sabe quantos inter­ rogatórios e quantasimperiaisainda hei de beber sozinho, em frente ao mar an­

tes de,um dia, podervoltar a vê-la.

Serena Cacchioli:Nasceu em Parma (Itália) em 1986. Neste momento está no segundo ano de doutoramento em Estudos Comparatistas na Universidade de Lisboa, é licenciadana Escola para In­

térpretes e Tradutores de Trieste, Itália e tem um mestrado emTradução literá­ ria e de ensaios da Universidade de Pisa.

Ensinou língua italiana em Manosque, França, em 2011; colaborou com algu­ mas editorasitalianas como tradutorae leitora de romancesem língua original (francês e português), faz parte do co­ letivo de tradução franco-italiano ME- RIDIEM ecolaboraocasionalmentecom algumasrevistas literárias online.

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-Masporquêportuguês?Porquenãoitaliano?

- Italianoé falado naItália. Portuguêsé a línguaoficial de Portugal, Brasil e alguns paísesafricanos - explicocom paci­

ência.

-Ainda mais pessoas na Polónia sabem dizer buongiorno que bom dia.

Maseusabia que este dia chegaria. O dia emque ouviria na rua nãoinglês,nãoalemão,não italiano, masportuguês. Odia em que o meu conhecimento da segundalínguamaisbonita do mundo (primeiro é polaco, claro) seria imprescindível. E chegou. Começou comoum dia normal.

Todos chegamos à aula de história de Portugalmuito bem preparados,isto é, a trazendocafé. Sentiocheiro leve de cho­

colate.Alguém à direita bebia mocaccino.À esquerda cheiro forte de açúcar. Um capuccinomuitodoce?

Abri omeucadernobonito. No iníciodoprimeiroanopedi aosmeuscolegas que escrevessem umaspalavrasem portu­

guês na primeira folha. Todos escreveramo nome do nosso professorcomumcoração ao lado.

Bem, ondeestamoshoje?Ou,quandoestamos?Século XVI.

O Império Português. Ainda não se pensava que o único que ficaria do impérioseriam as piadas: Portugal- fomos uma po­ tênciamundial.Durantecincominutos. Nem se sabia que o rei jovem e homo...

- Nãotêm de escreveristo - disseo professor.Pois, que o mito de DomSebastiãopermaneceriamais de cincominutos.

Coitadosóqueriaexpandir aFé, conquistar o mundo e sonhou combatalhascontraosmouros na África.Agora é culpado de todososerros de Portugal dos últimosquatroséculos. Há pes­

soasque não acreditam na suamortenabatalha em Alcácer- -Quibir em 1578 e esperamoseu regresso. Um velhote de 500 anos... 400? Sesoubesse matemática, não estudariana facul­

dade de letras. Ovelhotevai regressar, salvaropaís e recons­ truiro império. Mas pois, se oElvis está vivo, porquenãoDom Sebastião?

Acabou. Estou a falarsobreomeu café,oquesignifica que estamos a metade daaula. Não quero dizer que não gostode história de Portugal, só que... Pois, não o quero dizer. No en­ tanto,há uma coisa que eu gosto imenso: depois desta aula acabar, omundopareceainda mais bonito.

O solbrilhava,os pássaros cantavam, osestudantesquei­ xavam-se dafaltada motivação para estudar. De repentevi- o. Umlouro de vintee tal anos, vestido como se participasse numa reconstrução histórica. Não sei de que século, pois o meu conhecimentodahistória da moda,ou de qualqueraspe­ toda história é...podem imaginar.

Mas ele estava sozinho.Adepto de umestilooriginal? Hoje em dia a originalidade é poucooriginal.Pareciaperdido,olha­ vapor todosos lados commedo. Esta cara. Tive certeza deque jáotinha visto.

A curiosidade venceua fome.Emvez de ir para casa,apro­ ximei-medele e perguntei-lhe em polaco se precisava de aju­ da. Nãopudeficar mais surpreendida com a suaresposta.

-Não percebo - disse em português.

- Perguntei se tepodia ajudar. Procuras algumedifício ou faculdade?

-Aledlaczego portugalski? Dlaczegoniewłoski?

- Powłosku mówi się weWłoszech.Portugalskijest języ­

kiem urzędowym wPortugalii, Brazylii i kilku krajach afry­ kańskich - tłumaczęcierpliwie.

-I tak więcej osób w Polscezrozumiebuongiornoniż bom dia.

Ja jednakwiedziałam, że ten dzień nadejdzie. Dzień, w któ­ rym usłyszę naulicy nie angielski, nieniemiecki,nie włoski, ale właśnieportugalski. Dzień, gdymojaznajomośćdrugiego najpiękniejszego języka naświecie(pierwszyjest oczywiście polski) okaże się niezbędna. I nadszedł. Zaczął się zupełnie normalnie.

Zjawiliśmy się na zajęciach z historii Portugalii świetnie przygotowani, czyli każdy z nas z kubkiem kawy. Poczułam lekki zapach czekolady. Ktoś po prawej musiałpićmocacci­

no. Po lewej ciężki zapach cukru. Czyżbywyjątkowo słodkie capuccino?

Otworzyłam mój przepięknyzeszyt. Na początkupierw­ szegorokupoprosiłam znajomych,żebymipowypisywali kil­

ka słów po portugalsku napierwszejstronie. Wszyscywpisali imię naszegowykładowcy ozdabiając jeserduszkiem.

Dobrze, a więcgdzie jesteśmydzisiaj? A raczej,kiedy jeste­ śmy?Wiek XVI. Portugalskie imperium. Wtedy nie myślano nawet, że jedyne, co z niego pozostanieto żarty: Portugalia -byliśmyświatową potęgą. Przez jakieś pięćminut. Nie wie­

dzianorównież, że pewienkról, młody i homo...

- Niemusząpaństwo tegopisać- powiedziałwykładow­ ca. Zatemniewiedziano, że mit okróluSebastianieprzetrwa trochę dłużej niż pięć minut. Biedaczek chciał tylkoszerzyć wiarę, podbijać światiwalczyć z Maurami w Afryce. Teraz jest winnyza całe zło, które spotkało Portugalię w przecią­

gu ostatnichczterechstuleci. Co niektórzyniewierząw jego śmierć w Al-Kasr al-Kabirw1578 roku i oczekująjego powro­ tu. Pięćsetletni... czterystuletni? Jakbymumiałaliczyć, tobym nie studiowałana wydziale humanistycznym. Bardzo stary staruszekpowróci, ocali kraj iodbudujeimperium.Aleskoro Elvisżyje,dlaczegonieSebastian?

Koniec. Mówięo kawie, a tooznacza, że jeszcze drugie tyle wykładuprzednami.Nie chcę powiedzieć, że nielubięhistorii Portugalii, tylko. no,nie chcętegopowiedzieć. Jestnatomiast jedna rzecz, którą wręcz uwielbiam: po tych zajęciach cały świat wydaje się piękniejszy.

Słońceświeciło,ptaszkićwierkały, a studenciskarżylisię:

żeby mi się takchciało, jak mi się nie chce. Naglegozobaczy­ łam. Na oko dwudziestokilkuletniblondyn, ubranyjakby się urwał zjakieśrekonstrukcji historycznej.Nie wiem,zktórego wieku,moja znajomośćhistorii mody czy jakiegokolwiek in­ negoaspektu historii jest. chyba jużwiecie.

Nie miał jednaktowarzystwa. Lubił sięubierać oryginal­ nie? W dzisiejszych czasach oryginalność jest mało orygi­ nalna. Wyglądał na zagubionego, spoglądał ze strachem we wszystkie strony.I ta twarz. Byłam pewna, że skądśją znam.

Ciekawość zwyciężyła głód. Zamiast iść dalej do domu, podeszłam do niego i zapytałam po polsku, czy potrzebuje jakiejś pomocy. To, co usłyszałam nie mogło mnie bardziej zaskoczyć.

A

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Contos Contos

O REGRESSO DO REI POWRÓT KRÓLA O REGRESSO DO REI POWRÓT KRÓLA

- Faculdade?Eonde estão os mouros? Omeu exército? Os meus 500navios?O queé isto? - mostrou tudo à nossavolta.

Jásabiaondetinhavisto estacara - nomeumanual de história de Portugal. Sabia que isto era uma loucura. Uma verdadeira loucura. Ou esterapazera drogado ou eu, ou o meu livro.

Na infância trazia paracasa muitosanimais que os meus paisnuncamepermitiam manter. E se trouxesse o reiportu­

guês desaparecido na Áfricano século XVI? O quevou dizer?

Quetem umaasa partidae não podevoar? Voupensar depois de comer. ConvideiSebastião para minha casa; no início hesi­ tou, mas conseguiconvencê-lo:

- Se não vens comigo, o que vais fazer? Além disso,não comesnadahá400ou500 anos.

- Há quantosanos?!

- Deveria explicar-tealgumas coisas...

DomSebastiãoacreditoumais ou menos nas minhas pala­

vras. Aceitou onde e quando estava, pois, oque podia fazer? O maisdifícil foi explicar-lhe que o meu tratamentopor tu não eranada ofensivo.

Quando entramosna minha casa abriu tanto osolhos que até temia que os seus globos oculares iam sair do lugar. E o queeu teriafeito naquelasituação? Mas se ele fosse deoutros tempos,seriapossívelfazer-lhe algum dano? Claro quenão o quis verificar,somenteestaideiapassoupelaminhamente.

Sebastiãoparouno centro dasala e lentamente começou a virar a cabeça. Tudo era estranho para ele. Parecia o Scrat do filme Aidade do Gelo. Dei uma gargalhada.

- De que estás a rir?- perguntou com umacaraséria Dom Sebastião.

- ParecesoScrat - expliquei.

- O quê?

- Nãoimporta-semprolongar a conversa sai da salapara deixar a mala nomeu quarto. Ao voltar ouvi alguns vozes que não havia antes. Aparentemente observar não foi suficiente para Sebastião e começou a tocarnas coisas. Como uma crian­

ça - não opossodeixarsozinho porummomento.Não se pas­

sounadaperigoso, ele simplesmente ligou orádio.

- O que estása fazer? - pergunteipreocupada. Sebastião estava ajoelhado no chão, aolhar para a janela.

- Deusfalacomigo! - gritoucompaixão.

- Ah, Deus... - hesitei por uns segundos. - E oquediz?

Como o locutor... digo Deus falavapolaco, Sebastião não fazia nenhuma ideia que anunciava que íamos ouvir uma can­

ção muito popularna Polónia Ona tańczy dla mnie. A minha paciência paracoisasestranhas esgotou-se. Aproximei-me do rádio e desliguei-o.

- O que fizeste?! - perguntou o rei com ressentimento e olhou para mim como se fosse uma bruxa que deveria ser queimadana fogueira.

- Eu? Nada.Deustem de falar comoutraspessoas também - expliqueipara salvar a minha vida.

- Mas eusourei!

- Para Deustodossãoiguais - disse antes de pensar se não arriscava a minha vida outravez com estafrase. Rapidamente mudei o tema. - Sabes algumacoisa sobre a Polónia?

- A República das DuasNações? - fez uma pausa, como se

- Nie rozumiem - odpowiedział poportugalsku, więc ija sięprzestawiłam naten język.

- Zapytałam, czymogę ci pomóc.Szukasz jakiegoś budyn­

kuczywydziału?

- Wydziału? Agdzie Maurowie?Imoja armia? I moich 500 statków? Co to jest?-wskazałnawszystkodookoła. Jużwiem, gdzie widziałam tętwarz -w moim podręczniku dohistorii.

Wiedziałam, żeto jakieś szaleństwo.Czyste szaleństwo.Albo ten chłopakbyłnaćpanyalboja, albo mojaksiążka.

Wdzieciństwieznosiłamdo domumnóstwo zwierząt,któ­ rych rodzice nigdynie pozwalali mi zatrzymać. A gdybym tak przyprowadziła portugalskiego króla zaginionego w Afryce w XVI wieku?I co im powiem? Że ma złamaneskrzydłoi nie może latać? Pomyślę jakcoś zjem. Zaprosiłam Sebastianado domu, z początkuzawahał się,ale udało misięgo przekonać:

- Jeśli nie pójdziesz ze mną, to co zrobisz? Poza tymnic nie jadłeś od 400 czytam 500 lat.

- Ilu?!

- Chybamuszę ciwytłumaczyćkilka rzeczy.

Król Sebastian mniej więcej uwierzył w to, co mu opowie­ działam. Zaakceptował to, gdziei kiedy się znajdował, w koń­

cu co mógł z tym zrobić?Najtrudniejsze było wytłumaczenie mu, że nieobrażam go, zwracając siędo niego jak do rówie­

śnika, a nie jak króla.

Kiedy weszliśmydo mieszkania jego oczyzrobiły się tak wielkie, że wyglądały, jakby miały zaraz wyjść z orbit. I co ja bymwtedy zrobiła? Zakładając jednak, że pochodzi on zin­ nych czasów to czywogólemożnamuzrobić krzywdę?Oczy­ wiścienie chciałam tegosprawdzać, jednak ten pomysł sam przemknął mi przez głowę.

Sebastianzatrzymał się na środku salonu i zacząłpowoli obracaćgłowę.Wszystko było dlaniego dziwne. Przypominał Wiewióra z Epoki lodowcowej.Zachichotałam.

- Z czego się śmiejesz? - zapytał z poważną miną królSe­ bastian.

- PrzypominaszWiewióra - wyjaśniłam.

- Co?

- Nieważne-ucięłam temat i wyszłam z salonu, żeby zo­

stawić torbę w moimpokoju.Wracającusłyszałam jakiśgłos, którego wcześniej nie było. Najwyraźniej obserwowanie nie wystarczyłoSebastianowiizacząłdotykaćróżnychrzeczy.Jak dziecko- nie można go zostawić na moment bez opieki.Nic munie groziło, włączyłtylkoradio.

- Co robisz? - zapytałamzaniepokojona. Sebastian klęczał napodłodzei wpatrywałsięw okno.

- Bógdomnie przemawia! - wykrzyknąłz pasją w głosie.

- Aha, Bóg. - zawahałamsię na kilkasekund - I co mówi?

Ponieważ spiker. znaczy Bóg mówił po polsku,Sebastian nie miał pojęcia, że właśnie zapowiadał popularną wPolsce piosenkę Ona tańczy dla mnie. Wyczerpałasię mojacierpli­

wośćdla dziwnychrzeczy. Podeszłamiwyłączyłam radio.

- Co zrobiłaś?! - zapytał oburzonykról i spojrzałnamnie jakbymbyła jakąś wiedźmą, którą trzebaspalićnastosie.

- Ja? Nic. Bógmusiporozmawiać teżzinnymiludźmi - wy­

jaśniłam,żebyratować swoje życie.

- Ale ja jestem królem!

quisesserelembraralgumfacto do passadoremoto. - Sim, co­

nheço. É o maiorpaís de Europa,muitorico,com a nobreza numerosa e comgrandepodernaarenainternacional. A meu ver, são demasiadotolerantespermitindo existirtantascren­ ças e religiões.

O meupaís tão bonito...era.Emgeral Sebastiãotinha razão.

Se calhar comexceção deste fragmentosobre a riqueza, no­ breza,poder e tolerância.

-Sim... mas não.ARepúblicadasDuasNações já nãoexiste.

APolónia, e Portugal também, mudaram muitodesdeoséculo XVI. Já nãosãomonarquias.

-Queresdizer que sou rei de um reino que não existe?

Antes de que eupudesseresponder,o que nãoquis fazer, a minhamãeentroucom duas porções de pierogi ruskie - um pratotradicional polaco,cujonomefazpensar em Rússia ape­ sar de nãoserrelacionadocomestepaís de nenhumamaneira.

-Oque é isto? - olhoucomcuriosidadeparaospastéisde massarecheados com batata, requeijão e cebola. Tive de ex­

plicar-lheexatamenteo queestavadentroporquenão queria comer sem sabero que era. A primeiracoisalógicaque ele fez.

E quandocomeçou a comernão parou até terminar oúltimo pieróg.Parece que gostou da gastronomiapolaca.

- Tens umaboacozinheira.

-Não é a cozinheira, é a minha mãe.

-Pois, é a mesma coisa.Sejaquem for, cozinha muitobem.

Senti-memuito orgulhosa que o rei de Portugaldo século XVI elogiou otalento culinário daminhamãe.É pena que ela nunca vaisaberdisso.

Depois de comer fomos à cozinhaparatomar café. Sebas­ tiãoficouinteressado pelo que eu fazia.

-O queé isso? -perguntouSebastião, apontando parauma caixa defósforos.

- Fósforos. Podes brincar, mas por favor, não me queimes a casa.

Sebastiãocomumsorriso,começou a brincar.

-Magia! - sussurrava de vez em quando.Depoisda fase de fascínio a suapergunta quebrou osilêncio.

- Quepaís é agoraomaisimportante do mundo, que tem maispoder?

- Sei lá... Os Estados Unidos. - Pus duas colheres de café na chávena. - Queres? - mostrei o café a Sebastião, mas ele respondeu que não,agitando a cabeça.

-O que é isso?

-Asantigascolóniasinglesas na América.

-América?Eo que sepassou com o Brasil?

Como explicaristo de forma delicada?

- É umpaísindependente desde o séculoXIX. E as vossas colóniasna África são independentes desdeos anos70 do úl­ timoséculo,quer dizer, doséculo XX.

-A minha pátria perdeu tudopelo que eu lutei?-pergun­ tou com umacaratriste.

-Sim... - tomeium gole do café. - Olha,queres ir comigo à universidade?

-Para quê? - perguntou resignado.

- Tenho aulas. Estou a estudarfilologiaibérica,os meus amigostambém falamportuguês.Alémdisso,vais animar-te!

-DlaBogawszyscysą równi - powiedziałam zanim się za­ stanowiłam,czy tymzdaniem nie ryzykuję znowużycia.Szyb­ ko zmieniłam temat. - Wieszcośo Polsce?

- RzeczpospolitejObojga Narodów? - zrobiłprzerwę,tak jakby chciałprzypomniećsobie coś z odległejprzeszłości. - Tak, wiem. To największy kraj w Europie, bardzo bogaty, z ogromnąliczbą szlachtyizdużąsiłą na areniemiędzynarodo­ wej.Jakdla mnie jesteściezbyt tolerancyjni,pozwalając,żeby w kraju było tyle różnych wierzeń ireligii.

Mój kraj taki piękny. był.Ogólniewszystko sięzgadzało.

Może poza tym fragmentem obogactwie,szlachcie,sile i to­

lerancji.

- Tak.Ale nie. RzeczpospolitaObojga Narodów już nie istnieje. Zarówno Polska jak iPortugaliabardzosię zmieniły od XVIwieku.Jużnie są monarchiami.

- Chcesz powiedzieć, że jestem królem królestwa,które nie istnieje?

Zanim mogłam odpowiedzieć, czego nie chciałam robić, weszła moja mama z dwoma talerzami pierogówruskich- tradycyjnego polskiego dania, którego nazwa kojarzy się z Rosją,chociażniemaztym krajem nic wspólnego.

- Coto jest? - przyglądałsię z zaciekawieniem porcjom ciasta wypełnionym ziemniakami, białym serem i cebulką.

Musiałammuwytłumaczyć, co byłowśrodku, bo inaczej nie chciałjeść. To pierwsza logiczna rzecz, jaką zrobił. I jak już zacząłjeść to nie przerwałdopóki nie skończył ostatniego pieroga.Chyba mu posmakowała polska kuchnia.

-Maszdobrąkucharkę.

- To nie kucharka,tylkomoja mama.

-Obojętnie. Kim by nie była,świetnie gotuje.

Rozparłamnieduma, że portugalskikrólzXVIwieku wy­ chwalał talent kulinarny mojejmamy.Szkoda, że ona się o tym nigdyniedowie.

Po obiedzie udaliśmysię do kuchni po kawę. Sebastiana zainteresowałoto, co robiłam.

-Coto jest?-spytałwskazując napudełkozapałek.

- Zapałki. Możesz się pobawić,tylkoproszę cię, nie spal mi domu.

Sebastianuśmiechając się szeroko, zacząłsię bawić.

- Magia! - szeptał pod nosem co jakiś czas. Kiedyminęła fazafascynacjijegopytanie przerwałociszę.

- Który kraj jestteraz najważniejszynaświecie ima naj­

większąwładzę?

- Czyja wiem. Stany Zjednoczone -wsypałamdwie ły­

żeczkikawy do filiżanki. - Chcesz?-wskazałam na kawę,ale Sebastian potrząsając głową,odmówił.

-Czyli?

-Dawne kolonieangielskiewAmeryce.

-W Ameryce?A co sięstałozBrazylią?

Jakbymutodelikatniepowiedzieć?

- To niepodległykrajod XIXwieku.Wasze kolonie w Afry­ cesąniepodległeod lat siedemdziesiątychubiegłegostulecia, czyli XX wieku.

-Mojaojczyznastraciła wszystkooco takdzielnie walczy­ łem?-zapytał smutny.

-Tak. -Upiłam łyk kawy. -Słuchaj,chcesziść ze mną na

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Contos Contos

O REGRESSO DO REI POWRÓT KRÓLA O REGRESSO DO REI POWRÓT KRÓLA

- Fingesser um homem parapoder estudar na universi­ dade?

A suapergunta deixou-me boquiaberta. O meuestilo não é especialmente feminino até nosmeustempos maspode-sever claramente que soumulher e não finjo nada. É tãoestranho para mim o que lhe estranha. Não lheinteressamtanto os apa­ relhos eletrónicosporque nãopercebe nada disso. Entende o que significa mulher estuda na universidade e achaisto mais curioso do que umcarro por exemplo.

- As mulheres também podem estudar na universidade.

Temos osmesmosdireitos. Alémdisso,a minha universidade tem o nomedeMariaCurie-Skłodowska, a famosa cientista.

Maisumavezabriumuito os olhos.

- Que tempostãoestranhos!- gritou.

- Então,vens comigo? - Isto nãofoiumapergunta, foi um convite queele não pôde recusar. Por isso, não esperei ares­

posta desuaaltezareal. - Só temosum problema: não podes andarvestido assim. - Saí da cozinha e tirei doarmárioalgu­ ma roupa do meuirmão. Que sorte que são mais ou menos da mesma altura.

- Porquenão?

- Porqueusasesta roupa há400 anos.

- E? Ainda está boa.

- Não! -Atirei-lheumas calças.Pensei queele sentir-se-ia melhor com algo do meuarmário, mas elejá chamavasufi­ cientemente aatenção. Experimentou o que eu escolhi ede­

pois de unsminutosestavapronto parasair.

Abri a portado Instituto para o rei. Entrou muito descon­ tentepornão tersido recebido comaplausos. Os meus cole­ gas já estavam lá, entre eles os meus amigos, que aindanão sabiam a verdadesobre o meu estudante Erasmus. O Rafałé alto, inteligente,sábio e sóbrio, o contrário do Patryk.A Mag­ da é o meucontrário. Eu uso a roupa que esconde as minhas imperfeições e ela aquela que sublinha assuas perfeições. Com certeza, não é umestilo a queSebastião estejaacostumado.

- Éuma desonra! Eu nunca aceitariaqueuma damadami­ nha corte se vestisse desta maneira!

- Aceitarias se nãofosses... do séculoXVI.

Os meusamigosolharam paraSebastião, depois paramim e no fim olharam uns paraos outrosà procurado sentido. Vou explicar-lhestudodepois da aula.

Pedia Sebastião que não dissesse mais nada. E nãodisse.

Pelo menos sobre Magda. Reparou nosquadros nas paredes doinstituto e ficoumuito impressionado com as habilidades docopistailuminador e a brancura e limpeza dopapel.

- O que fumaste?

- Patryk!

- Oquê? Eu queroo mesmo.

- Fumei? -Sebastião não percebeu.

- Fumaste,bebeste,tomaste...Não me faz diferença.

Patryk... Amo-o muito. De outra forma não o aguentaria.

Depois daaulafomos ao parque, ondeSebastião sentiu-seme­ lhor, pois eraumlugar mais tranquilo e uma paisagem mais próxima do seumundo. Atirava pedras às gralha-calvas e aos pombos quando eu contei tudo aos meus amigos. No início nãoacreditaram,masSebastião a caçar o jantar convenceu-os.

uniwersytet?

- Po co? - zapytałzrezygnowany.

- Mam zajęcia. Studiuję filologię iberyjskąimoi przyjacie­

le również mówią po portugalsku. Pozatym, ożywiszsię!

- Udajeszmężczyznę, żeby mócstudiować na uniwersy­ tecie?

Szczęka mi opadła. Przyznaję, że mój styl nawet w tych czasach nie jest jakoś szczególnie kobiecy, ale widać wyraźnie, żejestem kobietą iniczegonie udaję.Zdumiewamnie to,co może zdziwić Sebastiana. Nieinteresują goaż tak elektronicz­ ne urządzenia, ponieważ nic z tego nie rozumie. Wie, cozna­

czy kobieta studiuje nauniwersytecie i uważa to za ciekawsze niż naprzykład samochód.

- Kobiety również mogą studiować na uniwersytecie.

Mamy takie sameprawa. Co więcej,moja uczelnianosi imię Marii Curie-Skłodowskiej,kobiety-naukowca.

Jego oczyzrobiłysię jak spodki.

- Cóż za przedziwne czasy!- krzyknął.

- Więc jak,idziesz ze mną? - Tonie byłopytanie, to było zaproszenie,którego nie mógł odrzucić. Dlatego nie oczeki­

wałamna odpowiedź jego królewskiej mości. - Mamytylko jeden małyproblem: niemożesz iść tak ubrany. - Wyszłam zkuchniiwyciągnęłamzszafyubraniemojego brata.Jakto;

dobrze, że sąmniej więcej tego samego wzrostu.

- Dlaczego nie?

- Dlatego, że nosisz teciuchy od 400 lat!

- I? Nadal są dobre.

- Nie! - rzuciłamspodniami w Sebastiana. Pomyślałam, że lepiej czułby się wczymś z mojejszafy, ale i bez tegozwracał na siebie uwagę. Przymierzył to, co dla niegowybrałami po kilkuminutach był gotowy dowyjścia.

Otworzyłam drzwi instytutuprzed królem. Wszedłwielce niezadowolony, że niezostałpowitany salwą oklasków. Stu­ dencifilologiijuż czekalinazajęcia, a między nimi moi przyja­

ciele,którzyjeszcze nie znali prawdy ostudenciez Erasmusa.

Rafał jest wysoki, inteligentny, mądryi trzeźwy - przeciwień­

stwoPatryka. Magda jest moimprzeciwieństwem. Ja ubieram się tak, żeby zakryć moje niedoskonałości, a ona, żeby pod­

kreślićswoje doskonałości. Zdecydowanienie jest to styl, do którego przywykłSebastian.

- To hańba! Nigdy bym nie zaakceptował, aby jakakolwiek dama na moim dworzeubierałasię w ten sposób!

- Zaakceptowałbyś, gdybyś nie był... zXVI wieku.

Moi przyjaciele spojrzeli najpierw na Sebastiana, potem namnie, a w końcu nasiebienawzajem, szukając w tym jakie­ gokolwiek sensu. Wszystko im wytłumaczępo zajęciach.

Poprosiłam Sebastiana, żebyjużnic nie mówił. Nicnie po­ wiedział. Przynajmniej o Magdzie. Zwrócił uwagę na tablice na ścianach instytutu i zachwycał się umiejętnościamiminia- turzystyorazczystością i bieląpapieru.

- Coś typalił?

- Patryk!

- No co? Chcę tosamo.

- Paliłem? - Sebastianniezrozumiał.

- Paliłeś, piłeś,brałeś.Wszystko mi jedno.

Patryk. Kocham go bardzo. Cóż,muszę; inaczej po prostu

-Ondeoencontraste?EmMacau?

-Marrocos,Patryk, domSebastiãodesapareceu em Marro­ cos. -Rafał tinha muita paciência para Patryk. Nãosó estudam juntos, mastambémpartilham um quarto naresidência de es­

tudantes.O seuterceiro companheiro saiuháalgumtempoe não tinha intenção de regressar. Então, eles, ao contrário de mim, podiam oferecer alojamento a Sebastião. Convidaram-no para o seu quarto e, o que era mais importante, o nosso rei concordou permanecer no aposentodeles.

Nodiaseguinte entrei no quarto naresidência e, de acordo com as regrasdaetiqueta,disse bom dia.

-Silêncio! - respondeuPatryk sonolentoatirando a almo­

fada à minhacara. Ainda bem que não usouumadasgarrafas que enchiamo quarto.Isso teriaas consequências graves tan­ topara a minha cabeçacomopara a sua.

-OndeestáSebastião? - pergunteibaixinho a Rafał.

-VoltouparaMarrocos.

Deiumaolhada no quarto e penseiquequalquercoisa po­ dia teracontecido na últimanoite. Era possível que Sebastião voltasse ao séculoXVI ou ninguém fizesse a menor ideia do quese tinha passadocom onosso rei. Como se fossealgonovo.

- Decidimos recebero nossoamigo com toda a hospitali­

dadepolaca- contou Rafał. - Chegaramalgunsestudantesda residência e como eles nãofalam português,oPatryk ensinou aoSebastiãoalgumaspalavras em polaco.

Diria que eraumaboaideia,mas foi umaideiade Patryk.

Tive medo de ouviro que aconteceu depois.

-Por exemplo: ze mną się nie napijesz?

Nãobebescomigo?-uma pergunta mesmomuito polaca, que nãoadmite resposta negativa.

-Sebastião é umalunomuitobom,praticou toda a noitee começaram problemas.

-Faltaram os materiais parapraticar?- pergunteicom iro­

nia.

-É o que oPatrykpensou.Quandolhe disseque não,arran­ cou da minha mãoo dinheiro quemetinhadado.O problema foi que chegoutambémonossoamigoturco Yavuz. Percebes?

Não percebi.

-Às vezes és comooPatryk - disse comcompadecimento.

Isto foi umaofensa? Praticamente chamou-me de idiota. Mas poroutrolado,nãoseriaumpoucoinadequadoficarzangada por ser comparada ao meuamigo? Não sei, vouofender-me depois.

-Os turcos e os portugueses eraminimigos no séculoXVI.

Estava a explicar ao Patryk que paraoSebastiãoofactode que onossoturco é do séculoXXInão é importante, quandoouvi­ mos a luta. O Sebastiãoatacou o Yavuzcomumagarrafa.

-E foi agora esconderocadáver?-gritei.

- Monia, amo-te,mas se continuas a falartão alto,eu terei de esconder o teu cadáver. - OPatryk acordou.Maisou menos.

- Não, era umagarrafa de plástico. Eu tentei separá-los, maseste rei dafestadeteve-me e deu-mecomoutra garrafa.

- Foi só uma brincadeira. Teria lutado eu se não tivesse vistodoisSebastiões e trêsYavuzes.Afinal, a única vítima foi onosso candeeiro. O Sebastião e oYavuzbeberamumpouco mais e dormiramabraçados.

bym goniezniosła.

Po wykładzie poszliśmy do parku,gdzieSebastianczuł się lepiej. Było to miejsce bardziej spokojne i podobne do jego świata.Rzucał kamieniami wewronyi gołębie, gdy ja opowia­ dałamcałą historię. Trudnobyło wnią uwierzyć, ale widok Sebastianapolującegonakolacjęokazałsiębardzoprzekonu­ jący.

-Gdzie go znalazłaś? W Makau?

-Maroko,Patryk,król Sebastian zaginął w Maroku. -Rafał miał mnóstwocierpliwościdla Patryka. Nietylkostudiują ra­ zem, ale równieżdzielą pokój w akademiku. Ich trzeciwspół- lokator wyniósł się jakiś czas temui nie miał zamiaruwracać.

Dlatego oni, w przeciwieństwie do mnie, mogli zaoferować Sebastianowizakwaterowanie.Zaprosili go do swojego poko­

ju i, co ważniejsze, nasz królzgodziłsięzatrzymać w ichizbie.

Następnego dniaweszłam do pokojui, jaknakazują zasa­

dy savoir-vivre, powiedziałam dzieńdobry.

- Cichotam! - odpowiedziałzaspanyPatrykrzucając mi wtwarz poduszką. I takdobrze, że nie użyłjednejz butelek, które wypełniały pokój. Toby miało tragiczneskutki zarówno dla mojej głowyjak ijego.

-GdzieSebastian? - zapytałamcichutko Rafała.

-Wrócił doMaroka.

Rozejrzałam się po pokoju i doszłam do wniosku, że wszystkomogło się zdarzyćostatniej nocy. Możliwe, że Seba­ stian wrócił do XVI wieku albo nikt niemiał zielonego pojęcia, co sięstałoznaszym królem. Jakby to było cośnowego.

- Postanowiliśmy przywitać naszego przyjaciela z całą polskągościnnością-opowiadał Rafał. -Przyszliinni studen­

cizakademika iponieważoniniemówią po portugalsku, Pa­

tryk postanowił nauczyć czegoś Sebastiana.

Powiedziałabym, że todobry pomysł,gdyby toniebył po­ mysł Patryka. Już się bałam,co było dalej.

-Na przykład ze mną sięnie napijesz?

No tak, najbardziej polskie pytanie,które nie przyjmuje odpowiedzi negatywnej.

- Sebastian jakoprzykładnyuczeńćwiczył przez całąnoc izaczęły się problemy.

- Skończyły się materiały do ćwiczeń? - zapytałam iro­

nicznie.

- Patryk pomyślał to samo. Gdy powiedziałem, że nie o to chodzi wyrwał mi pieniądzewręczone chwilę wcześniej.

Problemem byłoto, że przyszedł nasz przyjaciel Yavuz. Rozu­ miesz, Turek.

Nierozumiałam.

- Czasamijesteś jak Patryk- powiedziałz politowaniem.

To miała być obelga? Właściwienazwał mnie idiotką, ale z drugiej strony, czyto nie byłobyniewłaściweobrażać sięza porównanie zkimś, kogo uważamza przyjaciela? Niewiem, obrażęsię później.

- TurcyiPortugalczycy byli wrogamiwXVI wieku.Wła­ śnietłumaczyłem Patrykowi, że dla Sebastiana to bez zna­

czenia, że Turek jest zXXI stulecia,gdyusłyszeliśmyodgłosy walki.Sebastianzaatakował Yavuza butelką.

-I poszedłterazukryć zwłoki?! - krzyknęłam.

- Monia, kocham cię, alejeślisię nie uciszysz to ja będę

«A

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Contos Contos

O REGRESSO DO REI POWRÓT KRÓLA O REGRESSO DO REI POWRÓT KRÓLA

- Tirasteumafoto? - perguntei.

- Nãosei.

Do que eupercebiSebastiãonãomorreu nem matou a nin­ guém.Nadamal. De manhã, o Rafałmostrou-lhe o computador, a Internet,um vídeocom BarackObama. De tudo o queviu, o últimofoi o mais surpreendentepara ele.Maso que realmente não aguentou foi o conteúdo do Facebook. Disse algo sobre a privacidade e que preferia voltar a Marrocos e fechou a porta.

- Se me lembrobem - disse Patryk -saiu depois de ver a tua namorada no Facebook.

Aparentemente o Sebastiãonãogostou de Marrocos mo­ derno e voltouparanós. Tínhamos esperança deque gostaria danossa cidade. Quisemos mostrar-lhemuitoslugaresboni­ tos.

- Aqui?! Em Lublin?

Masprimeiro,tivemos de amordaçar Patryk.

Começamos a visita guiada a partir da Praça da Lituânia.

Sebastião ficou realmenteinteressado pelaestátuado Mare­ chalJózefPiłsudski.Queria saber mais sobre esta figura e o Patrykqueria mostraros seus conhecimentos. Infelizmente, nãotinhamuitopara mostrar.

- Ele fezmuitascoisas boas pela Polónia.

- Por exemplo?

- Por exemplointroduziu a moda do bigode.

- Boas, Patryk, boas coisas... - Magdatomou a iniciativa e empoucaspalavras explicouo seupapelimportante na histó­

ria do século XX naPolónia.

- E esses pássaros? - perguntouSebastião quase gritan­

do. - É uma vergonhaque no monumento de uma pessoatão nobre hajatantospássaros! Háque defendê-lo!

- Estou certoque noteu monumento em Lagoshá muitas gaivotas também. - Rafał sabia perfeitamente como distrair a nosso rei.

- Eu tenhoummonumento em Lagos? Não me lembro dis­

so.

- Pois tens. - Patrykcomeçou a procurar a fotografiado monumento no seutelemóvel. -Eu diria que não és parecido.

Sebastiãoolhoupara a sua estátuacomar de dúvida.

- Eu sou cem vezesmais bonito do quenaquelaimagem! É uma calúnia!Aocadafalso com o arquiteto daminhaestátua!

- Sabes que ele viveuhá séculos?

- Então o que faço agora?-Sebastiãoficourealmentetriste por nãopoder matar omorto matador dasua beleza. Para a tristezanão há nada melhor do que Patryk. Sugeriu ir para a cidade velhacomergofres.Ambos, Patryk e Sebastião, ficaram completamente sujos de nata. O rei gostoumuito dos doces massublinhou que não eram tão bons como os pierogi dami­ nha mãe.

Parecia quejá se ia acostumando à nossarealidadequando de repenteolhoupara o céu e reparounum avião. Ajoelhou-se no pavimento e começou a gritar.

- Eisto?! É... é Deus,não é? O meuDeus no meu céu!

- Primeiro,o céu é nosso - disse Patryk. - Esegundo, isto não é Deus,sãohomens.

- Homensno céu! Que piada é esta?

- Olha, nestes tempos o homemjá pode voar, só precisa

musiał ukryć zwłoki. - Patryk się obudził. Mniej więcej.

- Nie, to była plastikowabutelka. Próbowałemichrozdzie­ lić,ale ten tutaj król imprezy mnie powstrzymał idałjeszcze jedną butelkę.

- To była tylko zabawa. Sam był się przyłączył,gdybym nie widział dwóchSebastianówi trzech Yavuzów.Ostatecznie jedyną ofiarą była nasza lampka. Sebastian i Yavuz napili się jeszcze trochę i spali przytuleni.

- Zrobiłeś zdjęcie? - spytałam.

- Niewiem.

Z tego co zrozumiałam,Sebastian nie umarłinikogo nie zabił. Całkiem nieźle. Rankiem Rafał pokazał mu komputer, Internet, wideoz Barakiem Obamą. Ze wszystkiego, co zoba­ czył to ostatnie było dlaniegonajbardziej zaskakujące. Jed­ nak tym, czegojuż nie mógł znieść byłazawartość Facebooka.

Powiedział coś o prywatności i że woli wrócić do Maroka,i trzasnąłdrzwiami.

- Jeśli dobrze pamiętam - wtrącił Patryk - wyszedł po tym, jak zobaczyłtwojądziewczynęna Facebooku.

Najwyraźniej Sebastianowi nie spodobało się współcze­ sne Maroko i jednak do nas wrócił. Mieliśmy nadzieję, że spodoba mu się nasze miasto. Chcieliśmy pokazaćmu dzisiaj wielepięknychmiejsc.

- Tutaj?! W Lublinie?

Tylko najpierw trzeba zakneblować Patryka.

Zwiedzanie rozpoczęliśmy od Placu Litewskiego. Seba­ stian był pod wrażeniem pomnika Marszałka Józefa Piłsud­ skiego. Chciał wiedzieć więcej o tej postaci, a Patrykchciał pokazaćswojąwiedzę.Niestety, niewiele miał do pokazania.

- Zrobiłwiele dobrych rzeczy dla Polski.

- Naprzykład?

- Naprzykładwprowadziłmodęna wąsy.

- Dobrych, Patryk, dobrych. - Magda przejęłainicjatywę i w skrócie wyjaśniła rolę, jaką Józef Piłsudski odegrałw hi­

storii Polski.

- A te ptaki? - zapytałSebastianpodnosząc głos. - To hań­

ba, że na pomniku tak zacnejosoby jesttyle ptaków! Trzeba gobronić!

- Jestempewien, że natwoim pomniku w Lagos też jest dużo mew.- Rafałwiedział jak odwrócić uwagę króla.

- To jamam pomnik wLagos? Nieprzypominam sobie.

- Owszem, masz- Patryk zacząłszukać zdjęcia pomnika naswoimtelefonie. - Powiedziałbym, żenie jesteśpodobny.

Sebastian spojrzał na pomnik zpowątpiewaniem.

- Jestemsto razy bardziej przystojny niż na tymzdjęciu!

To jakaś potwarz! Na szafotz architektemmojegopomnika!

- Ale wiesz, że on żył przed wiekami?

- Wtakim razie co mam zrobić? - Sebastianaszczerze za­

smucił fakt, żenie może uśmiercić martwego mordercyswo­ jej urody. Nasmutek niemaniclepszego niż Patryk.Zapropo­ nował, żebyśmyposzli na staremiasto nagofry. Obaj,Patryk i Sebastianubrudzili się cali bitąśmietaną. Królowi smakowały słodycze, ale podkreślił, że nie byłytakdobre jak pierogimo­ jej mamy.

Wydawałosię, że przyzwyczajał się już do naszej rzeczy­

wistości, gdynaglespojrzał w nieboi zwróciłuwagę na samo-

duma máquina bempreparada.Claro, acontecemacidentes, às vezesmorremcentenas de pessoas,mas em geralé...

- Demónios! Diabos! Bruxas! Infames!-o rei interrompeu.

Acalmou-se quandoo avião desapareceu e Sebastião teve cer­

tezaque nada iacair na suacabeça.

Decidimos mostrar-lhe algo mais próximo do seumundo, isto é onossobonitocasteloconstruído no séculoXII. No mu­ seu Sebastiãoficoumuitointeressadoporuma mesagrande.

- Olha, isto é umamesinhamesmo boa, não sei exatamente o que fazaqui no meio de nadamas... - disse Patryk. Nuncavai deixar de surpreender-me.

- Por favor, Patryk! Não conheces a lenda sobreCzarcia Łapa?

- Pois sim, sim,claro que conheço! Era umavez um rei e uma princesa...

- Uma viúva e um nobre,querias dizer, não é? - Magdain­ terveio.

- Sim,isso é exatamenteo que disse.Pois,onobretratava muitobem a viúva, apaixonou-sepor ela, já sabes como é, ou se calharnãosabes,eraumagatinha e ele gostoumuito dela.

- Gostoutanto que até a roubou e queimou a suacasa, não é?- Magdaestava mesmoirónica. - Onobreroubou a casa da viúva, e entãoelafoi ao tribunal. Mas, onobreeramuitorico, então pagoua gente para que dissesse queele estava inocente.

Duranteoprocessotodosdepuseramcomoele queria.

- Sim, mas apareceu um cavaleiro num cavalo e salvou-a!

- interrompeu Patryk, felizcomo uma criançaquandovê um brinquedonovo.

- Aindanão, Patryk, ainda não - disse. - Oprocesso termi­

nou e a viúva, indignada, gritou com a voz cheia de dor: Até o diabo daria uma sentençamaisjusta!

- Eentão apareceu um homem lindo,um pão!Alto,magro, vestidocom umacapa,um homem perfeito!-outravezPatryk nãoalterou a lenda.

- Não, apareceu odiabo. - Tanto Patryk como DomSebas­ tiãoficaram surpreendidos.

- Isto mesmo,pelanoite,quandoapareceu a lua,aotribu­ nal chegaram várias pessoas, todas misteriosas-Magda conti­

nuou. - Foramdiretamente à sala do tribunale,magicamente, apareceram ali também a viúva, o nobre e todas as pessoas que estavampresentesduranteoprocesso. O julgamento foi feito umavez mais, porestas pessoas misteriosas e, o maisim­ portante,foiumprocesso justo, e...

- Edisseram que a viúvaestavainocente! - Patrykgritou comsatisfação.

- Quandoleram a sentença,um dos juízes,paraconfirmá­ -la, pôs a suamãonamesa que ficouimpressa a fogo. Então todosperceberamo quesuspeitavamdesdeoprincípio-que o juizeraodiabo.Jesusna cruz virou a cabeçapara nãoterde vercomoodiabofoi mais justo do que a sua gente.

- E o que se passou com a viúva? - perguntou Sebastião, muitocurioso.

- Viveu feliz para sempre-disse.

- Como? Não a queimaram na fogueira?

- Porquê?Erainocente.-Magda parecia igualmente confu­

sa comooresto denós.

lot.Upadłna kolanaizacząłkrzyczeć.

- I to? To. To Bóg, prawda? Mój Bóg na moimniebie!

- Po pierwsze,niebo jest nasze - powiedział Patryk. - I po drugie,tonieBóg, totylkoludzie.

- Ludzie na niebie! Tojakiś żart?

- Wdzisiejszychczasachczłowiek może latać. Potrzebuje odpowiednio przygotowanej maszyny i fru! Oczywiście, zda­

rzająsięwypadki,umierająsetkiludzi, ale ogólnie.

- Demony! Diabły!Wiedźmy!Niegodziwcy!- przerwał mu król. Uspokoił się dopiero, gdy samolotzniknął i Sebastian miałpewność, że nicniespadnie muna głowę.

Postanowiliśmy pokazać mu coś bardziej zbliżonego do jego świata, czylinaszpięknyzamekzbudowany w XIIwieku.

W muzeum uwagęSebastiana przykuł duży stół.

- Posłuchaj,tojest bardzo dobrystoliczek, coprawda nie wiem, co onturobipośrodkuniczego,ale. - powiedział Pa­ tryk. Nigdynie przestaniemniezaskakiwać.

- Proszęcię, Patryk! Nieznasz legendy oCzarciejŁapie?

- Znam,oczywiście, że znam! Dawno,dawnotemu był so­

bie król i księżniczka.

- Wdowa iszlachcic,chciałeśchyba powiedzieć-wtrąciła Magda.

- Tak, dokładnie to powiedziałem. Więc szlachcic dobrze traktowałwdowę, zakochał się w niej,wiesz jak tojest, a może i niewiesz, byłaz niej niezła laleczka i wpadła muw oko.

- Takbardzo ją lubił, że ją okradł i spalił jej dom, czyż nie? - Magda nie szczędziła ironii. - Szlachcic splądrował dom wdowy, więc poszładosądu. Jednak,jako że szlachcic byłbardzobogatyzapłaciłludziom, żebyzaświadczylio jego niewinności.W trakcie procesu wszyscy zeznalitak, jak sobie tegożyczył.

- Tak, ale pojawił się rycerzna białym koniu i ją uratował!

- wtrąciłPatryk,szczęśliwy jak dziecko,gdywidzi nową za­ bawkę.

- Jeszczenie,Patryku,jeszczenie - powiedziałam. - Pro­ ces zakończyłsię, a oburzonawdowakrzyknęłagłosem peł­

nym bólu:Samdiabełwydałby bardziej sprawiedliwy wyrok!

- I wtedy pojawił się przystojny mężczyzna, ciasteczko, wysoki,szczupły, ubranywpelerynę,facetidealny! - poraz kolejnyPatrykspudłował.

- Nie, pojawił się diabeł. -ZarównoPatryk jak ikról Seba­

stian byli zaskoczeni.

- W rzeczy samej. Wnocy, kiedy naniebie pojawiłsięksię­ życ, do sądu wkroczyło kilkatajemniczych osób - kontynu­ owała Magda.- Skierowali sięod razu dosali sądowej i w jakiś magiczny sposóbpojawilisiętamrównieżwdowa,szlachcic iwszystkie osobyobecnepodczasprocesu. Przeprowadzono go po raz kolejny, ale tym razem sędziami były tajemnicze stworzenia.Tenprocesbył sprawiedliwyi.

- I powiedzieli, że wdowa jest niewinna!-Patrykkrzyknął z satysfakcją.

- Kiedyogłosiliwyrok, jeden z sędziów, aby go potwier­

dzić położył swoją dłoń na stolei wypalił nanimjej odcisk.

Wtedy wszyscyzrozumieli to, copodejrzewali od początku:

sędziabyłdiabłem.Jezusnakrzyżuodwrócił głowę,żeby nie patrzeć na to, że diabeł był bardziej sprawiedliwyniż jego

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