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Água Vai : revista portuguesa de cultura. No. 7 (Ano letivo 2015/2016) - Biblioteka UMCS

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a de Cultura

Ano letivo 201

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Editado pelo Centro de Língua Portuguesa/Camões em Lublin Wydane przez Centrum Języka Portuga lskiego/Camões w Lublinie

Diretora do Centro/Dyrektor Centrum Professora Doutora Barbara rl libo wicka-Wę g larz

Prof. Dr. Hab. Barbara Hlibo w icka-Węglarz

Grafismo/Graf ika

Jorge Branco Redação/ Redakcja

Agnieszka Szaro Aleksandra Deska Aleksandra Moroziewicz Aleksandra Szczepańska Aneta Gmitrowicz Anna Drabik Beata Zuzel Dominika Birunt Emila Wróbel Gabriela Malik

Wajirak , .

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C0M0E5INSTITUTO DA COOPERAÇÃO E DA LÍNGUA

PORTUCRL

MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

UMCS

UNIWERSYTET MARIICURIE-SKŁODOWSKIEJ W LUBLINIE

Índice

Opowieść/Contos

- “Perdição ” de Sylwia Jabłońska ... 2 - ““ A verdadeira história de Portugal, palavra de honra!” de Abel Losa Vidal ... 4

Muzyka/Música

- Entrevista com Weronika Siewierska ... 6 Taniec/Dança:

- Co skrywa w sobie folklor portugalski?

O que esconde o folclore português? ... 8 Podróże/Viagens:

- Mam mniej oczekiwań i dzięki temu jestem bardziej szczęśliwa!

Tenho menos expectativas e por isso eu sou mais feliz!... 10 - Jak nie zwiedzać Portugalii.

Como não visitar Portugal... 14 - 24 godziny w Lizbonie

24 horas em Lisboa ... 16 Polska/Polónia:

- Jal polak widzi swojego rodaka?

Como o polaco vê o seu compatriota? ... 18

- Stereotyp polaka

Polacos estereotipados ... 20 Książki/Livros:

- Wywiad z Izą Klementowska, autorka książki “Samotność Portugalczyka ” Entrevista com Iza Klementowska, autora do livro „Samotność

Portugalczyka ”...22 Historia: /História:

- Wywiad z byłym więźniem politycznym

Entrevista com um antigo preso politico ... 27 Bez Ogródek/Sem papas na língua:

- Przykazania młodych ludzi XXI wieku

Os mandamentos para os jovens do século XXI... 30 - To nie tak jak myślisz, kochanie!

Querido, isto não é o que parece!... 32 - Portugalia / Polska: Różnice

Portugal / Polónia: Diferenças ... 34

I

mprezy

CJP/C 2015/2016 / A

tividadesdo

CLP/C 2015/2016 ... 37

Finalistas 2016... 41

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Contos

PERDIÇÃO

1° PRÉMIO EX AEQUO NO CONCURSO LITERÁRIO INTER­ NACIONAL DO CLP/CAMÕES EM LUBLIN

Era umameninatriste.Tinha mãos feitasde água e cora­ çãofeitode agulhas. Ninguém conhecia a sua idade,mas era jovemcomesta juventude frágil e inocente queprecisadeser protegida. O seu corpo era feito de vidro, a suapele parecia finademais,via-seperfeitamente as suas veias e parecia que se olhassescomsuficiente atenção, poderias vê-la inteira, ver oseu estômago,o seu coração, sangue a fluir nas suas veias.

Quando se movia, tinhasmedo de que os seus ossos partissem a suapelecomo se fosse papel. Se ficavas ao seulado, calado, calmo,nuncaconseguiasouvir a sua respiração, como senão precisasse de oxigénio para funcionar, mas sim conseguias ouvir o latido do seucoração. Lembro-me dela cadadia, vou lembrar-me atéao diada minha morte, até que o meucorpo se converta numpedaço de carne, devorado pelo tempo, comido pelaterra. Os seusolhos eram dois digitalizadores,scanners, olhava para as pessoascomo se observassenão a suacara mas oseuinterior. Sentia-senela a liberdade, a coragem, ainteli­

gência. Averdade. Passar umminuto comelaera como ochei­

ro dos morangos, como o primeiro orgasmo,como ouvir Pixies pelaprimeira vez.Era coisa que não se esquecia,lembravas-te daquele minutodurante muitotempo,durante muitas noites passadasaolado de outras mulheres naprocura de umpouco de esquecimento.

Fecho-me naminha casa com uma garrafa de whisky,um Suntory. Ponho a música, TomWaits. Aqueço a ganza,mistu­ ro-a comumpouco de tabaco, preparo um charro. Apagoas luzes, fumo lentamente, viro um pouco de whisky no copo.

Tenho tempo. Está calor, então tiro a roupa efico no chão, a olhar pela janela, a ouvir música. Em baixo há uma festa, ouço osjovens a gritarem, no ar sente-se esta patéticacombinação de álcoolbarato,batatasfritas, perfumes de PingoDoce e fe- romonas.Umafelicidadesimplespara pessoas simples. Ponho a músicaainda mais altopara separar-medaquela vanidade.

Existo sópara ti, minhalinda. Existo para ti.

Tinha vintee cincoanos e terminava os meusestudos da economia. Não era como a maioriadaquelas criançasque só começam a estudar para passar mais cinco anos da sua vida de festa, a jogarcomputador e procurar o sentidodavida em vómitos às cinco de manhã numa casa de banho depois de uma festa nas casas de pessoas desconhecidas. Em vez disso realizeialgunsprojetosinteressantes e fiz estágios nas firmas mais prestigiadasdo país.Jogava nabolsa. Praticava natação e esgrima,dançavatango, lia muitos livros, sabia cozinhar bem e dormiasozinhosó quando de verdade nãomeapetecia ter companhia.

Vi-a num bar. Estava fatigado depois de todo odia de tra­

balho.Comecei a trabalhar numa empresa, porque foi a forma mais rápida de conseguir saláriobastante interessante, pelo menos até queconseguisse o diploma e pudessetrabalhar em alguma coisa mais séria. Atraiu o meuolhar de imediato. Ado­ ro as mulheres e conheço-as todas. As sempre cheias deener­

gia, que falam muito, com muita gesticulação, não param de se mexer, vendemo otimismo em quilogramas.Também são as maisfáceis de conquistar.Depois há mulheres que todosos

diasvestem a mesma roupa, quase nãousam maquilhageme seo fazem, os resultados são trágicos, porque as suas trému­

las mãos nãoestãoacostumadas a criar esta falsaidentidade pintando acara. Procuram amor, umpouco de entendimento, querem ter filhos, um trabalho estável. Há também estegrupo demulheres frias, sempre de saltos altos, como amaioria das minhascolegasdo trabalho.Vivem fechadas no seupequeno mundo daempresa, roupaelegante, comida saudável,giná­ sios e romances.

Ela era diferente. Estava sozinha e não parecia estar a espera de ninguém. Vestiaum vestido branco que descobria osseusbraços,um pouco queimadospelo sol. Não merece a pena descrevê-la. Aliás, não merecia a pena nemmostrar a sua fotografia, porque a beleza duma mulher não se esconde na suafisionomia. Esconde-seempequenosgestos, na manei­ ra em que olha para ti, a atenção que prestaquando estása falar, esteolhar concentrado que temsempre antes de dizer algumacoisa,como se escolhessecada palavracom muito cui­

dado e tecesse um vestido deles. Cada conversacom ela foi uma canção, foi umapoesia.

Surpreendeu-meque tirou o tabacoda sua bolsa e come­ çou a fazer um cigarro.Julgaria que não fumou na suavida.

Aproximei-me dela. Pelo que eu saiba, existemdois tipos de homens: os que, quando umamulher precisa de isqueirosim­ plesmente dão-lho o e os que lhe acendem o cigarro.Eu sou dos segundos. Olhou paramimsurpreendida.Averdade é que existe só umafrase que nunca falhaquando tentas fazer uma mulher apaixonar-sepor ti.

-Como équete chamas?

- Jadira- respondeu. Tinha uma voz delicada e forte ao mesmotempo, parecia trabalhada,como se fosse cantora ou atriz.

-Jadira... Posso sentar-meaqui contigo?

- Depende- ofumode cigarro incomodava-me, eram Marl­ boroVermelhos. Odeio cigarros.

- Depende do quê?

- Antes de te sentares aqui tens de jurar que não vais apaixonar-tepormim.- Sorri,mas a suacaracontinuavaséria, os seus olhos fixados nos meus olhos, o cigarro acendidonos seus lábios.

- Tento deixar- disse, como sesóagora se apercebesse que estava a fumar.

- Não vou apaixonar-me por ti.Juro. Posso sentar-me?

- Podes- sorriu e, pormaispatética que pareça estadescri­ ção, foi o sorriso mais belo que já vi.

Acho que sentar-me ali aquele dia foi uma das melhores decisões que tomei na minha vida. Foi o inicio do meu fim.

Cada segundo que passámos juntos foifascinante. Escapava cadapossível definição, cada limite, cada classificação.Resul­ tou que acabou de vir do Catar, oupelo menos foiisso queme disse. Criou-se numa famíliacamponesa no profundointerior do Brasil,nomeio de nada e passou a maiorparteda suainfân­ cia a trabalhar no campo ea cuidar das criançasmaispeque­ nas na aldeia. Elapróprianão tinha irmãos, a suamãemorreu durante o parto. Quando o seu pai morreu ela tinhaquinze anos e saiudo país parapoder estudar, mas nuncaconseguiu nem sequer terminar a escolasecundária. Contudo, não foi issosobre o quefalámos naqueleprimeirodia, obviamente.

Falámos sobre Rilke, sobre filosofias de Nietzsche e Schope­ nhauer que ela nalgumamaneirainexplicávelcomplementava com o seupróprio razoamento,com as mitologias e contos,

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mostrando-meumaimagemmais profunda e mais fascinante do mundo do que qualquerum dosmeusamigos universitá­

rios fez durante todaa minha vida. Olhar com os seus olhos era ver o mundo completamente diferente. Era como ver o mundo inteiro, todas as coisasao mesmo tempo. Apaixonei­

-mepor elanomesmo diaque a conheci, masfiz questão de evitar que se visse. Eramos amigos. Bons amigos,mais nada.

Começamos a encontrar-nos todos os dias.Sempre ou na minha casa, ou nos parques, em bares, ao lado do rio, dáva­ mos passeios de quilómetros e quilómetros. Nunca percebi bemonde vivia eela nunca queria dizer-me. Não queria for­ çar a situação,força-la a dizer-mecoisas que preferiaguardar para si. Deixeiomeutrabalho, por maisabsurdo que pareça.

Com o dinheiroquepoupeipodia viver tranquilamente três, quatro meses semtrabalhar, disse a todos que dediquei-me aosestudos. Mas dediquei-me aela.Em princípio pensei que mentia. Contava-me milhares e milhares de histórias, sobre as suas viagens,sobre como chegou à Índia, comoviajoupela Austrália inteira e falavasobre irà Bolíviacomo se fosse a cin­ co minutosdaqui,aopé daminha casa. Amava mitose contos, para ela substituí osgrossos livrossobre impostos eecono­

miaeuropeia pelasmitologias de todo o mundo,contos africa­

nos, o Mahabharata,oAlcorão, a Bíblia. Não erareligiosa, mas eracompletamente apaixonada peloscontos.Costumávamos ficar longas horas deitados no parque a inventar histórias sobre as pessoas que víamos. Lembro-me que durante todo aquele tempo pediu-me só uma coisa. Pediu-me música. Fi­

cávamos às vezes as tardes inteiras deitados na minha cama, a ouvir música.Excitava-se como uma criança quandopodia ouvir algumacoisanova e eu nuncaera mais feliz do quena­

quelesmomentos em que via os seus olhos a brilharem,este sorriso inocente nos seuslábios,ilusão quaseinfantil. Intro­

duzi-a ao mundo de Nina Simone, de Portishead,deNickCave, TomWaits, Beth Hart, DeadCan Dance, LoreenaMcKennitt.

Nuncatoquei nela. Nem umavez. Não porquenão queria, mas porquenãotinha coragem para fazê-lo. Eracomoumpássaro, comoumgato, podiafugir em cadamomento. Não queria que fugisse. Queria queficasse naminhavidapara sempre.

Umdia já nãopodia aguentaros seus segredos. Morriade curiosidade de saberondevivia, emque trabalhava, oque fa­ ziaquandonãoestavacomigo. Decidi ir atrásdela,para poder, pelomenos, verondevivia. Quando nos despedimos, comecei a segui-la,sentindo-me a piorpessoadomundo,sentindo que comcada passoestava a trair a sua confiança emmim, ades­

truirtudo o quehavia entre nós, por maisfrágil quejá fosse.

Depois de uns vinte minutos apercebi-meaonde ia. O bairro Cloreta. O bairro dos drogados e alcoólicos. Oque fazia ela ali?

Entrei atrásdela noprédio. No portão estavaumhomem meio nu,só comcalções,olhou para mimsemperceber o que via e fechouosolhos. A baba caiu dos seuslábiossujando o seu peito.Vi-asubir e subi atrás dela. Terceiro andar. Fiquei nas escadas, ouvi a portafechar-se. Subi. Não sabia o que fazer.

Fugir? Falar comela? Perguntar a outras pessoas seaconhe­

ciam? Quem era aquela mulher? Quem era aquela criatura misteriosa,commilhares de histórias,comcheiro a alfazemas e o que fazia aqui, no meio do pior bairro da cidade? Pres­ sionei a maçaneta daporta. Nem sequerbati. Estavaaberta, entreilentamente.Asala estava quase vazia.Havia lá só uma mesa, umsofá e umamala, aberta. Alguém estava deitado no sofá,masnão se apercebeu de que entrei. Um homem, podia ter unstrinta e cinco anos, seguramente estavadrogado. Na

Contos

mesahavia uns pratos sujos, preservativos,tabaco e haxixe.

De repente tudoficou mais claro. Os dias inteiros sem traba­

lho nemobrigações, as nódoas no corpo que tentava cobrir com maisroupa, inutilmente. Era umaprostituta. Uma sim­

ples prostituta.

-Era umavez... umaserpente.

Saltei, assustado.

-Jadira... Não deviaseguir-te, desculpa...- comecei.

- Uma serpente- Ficou apoiada à parede. Parecia cansa­

da. Resignada- Umamenina encontrou-a no meio dapraia. No princípio ficou com medo,mas a serpenteabriu aboca e disse, não tenhas medo demim. Não é a minha verdadeira forma, souum príncipevestido na pele de serpente. A menina não confiava nela,masaproximou-se eviuque os olhos deserpen­

te eram tão profundos e tristes como olhos de qualquer ser humano que pisa a terra.Ficaram amigos ea menina passava dias inteiros na praia, a falar com a serpente. Mas o animal ficavacadavezmais fraco. Como posso ajudar-te, perguntou a menina. Sabes nadar. No fundo daágua há uma caixa. Durante ummês, todas as noites tens demergulhar, apanhar a caixae vir comela até à superfície. Depois tens de abri-lapara que possaver a lua, mas semtuolharespara oque há dentro dela.

Depois tens de deixar a caixaexatamente onde a encontras­ te.Assimtodas as noites durante o mês inteiro. Percebeste?

Sim, percebi. E a menina começou a fazer oque a serpente lhe tinha pedido.Todas as noites fugiadasua casa, mergulhava, comos olhos fechados abria caixa, mostrava o seuconteúdo à luz dalua e depois colocava-ano mesmo lugar em que a en­

controu. Sóque não conseguia aguentar a curiosidade e na úl­ timanoiteabriu osolhos para ver oque haviadentroda caixa.

Um coração. O coraçãoda serpente. Mal a meninaoviu, este começou a converter-seempó.Amenina,desesperada, nadou atéà praia e encontrouláumhomem,umpríncipe.Erao meu coração o que tinhasentre as tuas mãos.Omeucoração que, segundo a profecia tinha de ficarnas mãosda mulheramada à luz da luadurante ummês, antes que pudesse converter-me em homem. Maspodes só sentir o coração, não podesvê-lo.

Quem o sente, vivefeliz. Quem o trai,mata. E assimo jovem morreu no meio da praia e o seubelo corpo converteu-se em p<5.

-Jadira...

- Sai.Saidaqui.

Saí,sempoderolharpara ela, para a suacara cheia de des­ gosto.Masvoltei lá no dia seguinte, e seguinte, durante muito tempo. Perguntavasobre ela, procurava-a,masninguémsabia nada, ninguém a viu, ninguém a conhecia, desapareceucomo se nunca tivesse existido. Aminha andorinha, a minhaúnica.

Aminhaserpente que deixou o seucoração em mãos não pre­

paradas paraestepeso. Ouvifalardela só umavez.Recebium envelope enviado dealgum lugar do Chile. Continhaum livro, umlivro de lendas. Não estava assinado mas sei que foiela quem o enviou. Nuncamais soubedela, masestou à espera que reapareça na minha vida algum dia. Às vezesparece-me queéela, nalgum comboio, no meioda rua, mas é sempresó uma ilusão.Mesmoassim,continuo à tua espera. Continuo a tua espera,minhalinda.

Vila Real, dezembro de2015

1°PRÉMIOEXAEQUONOCONCURSOLITERÁRIOINTERNACIONALDOCLP/CAMÕESEMLUBLIN

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Contos

1°PRÉMIOEXAEQUONOCONCURSOLITERÁRIOINTERNACIONALDOCLP/CAMÕESEMLUBLIN

Sylwia Jabłońska(Polónia):estudante de mestrado emFi­

lologiaPortuguesa naUMCS em Lublin.Participou duas vezes no programa Erasmus, em Lisboa e em VilaReal. Licenciada em Filologia Ibérica. Começou a estudar português quando entrouna universidade e desde então apaixonou-se por esta língua. EmPortugalama o oceano, fado,marisco, vinho, pai­

sagens de Trás-os-Montes e licor de amêndoa amarga.No seu tempolivregosta de ler, ouvir música (com um amor especial por Portishead e Nick Cave), dançar tango argentino, tirar fo­ tografias e viajar.

A VERDADEIRA HISTÓRIA DE PORTUGAL, PALAVRA DE HONRA!

1° PRÉMIO EX AEQUO NO CONCURSO LITERÁRIO INTER­ NACIONAL DO CLP/CAMÕES EMLUBLIN

Às três pessoas que despertaram em mim o interessepela língua portuguesa, os meus professores no InstitutoCamões de Barcelona PedroÁlvares,Alberto Simões e, muito espe­

cialmente, MarinaMagalhães.

No princípio era a Palavra, ea palavra colocounuma mala vogais, consoantes, acentos agudos, graves e circunflexos, maiúsculas e minúsculas. O certo é que a viagem foiumpouco acidentada. Já desde bem cedo os solavancos obrigaram-lhe a desenvolver a sua capacidade criativa.Um 'L' ficou todo torto e tornou-se o til,um 'i' incrustado nos pés dum 'c', o cê cedi- lhado. Ninguém ficou surpreso, portanto,quando ao chegar ao seudestino, as terras mais ocidentais da Europa, a compa­ nhia de transportes decidiu compensá-la -oclientetemsem­ pre razão- com um pacote especial VI.P. (acrónimo, como é bemsabido,deVerbos no Infinitivo Pessoal).

As pessoas que ali moravam deram à palavra as boas­

-vindas de braços abertos e com a boca quase fechada. Co­

meçaram a usá-la, sim, mas não como osoutrospovos dosul da Europa, aos gritos efazendo grande barulho. Oslusitanos sabiam que alémdas suascostas a civilização terminava. As profundidades do oceano estavamcheias de monstros mari­

nhos gigantescos ede cartazes anunciando a fronteiracom o Fimdo Mundo. ‘Nempensar oque aconteceria se essas criatu­

rasenormes acordassem', diziam as pessoasentre sussurros e murmúrios. É porisso que os lusos, nessa altura e ainda hoje, falavam à meia,eatéa um quarto de voz.

Na verdade, ninguém nuncadisse que os iníciosforam fáceis. A passagem do latimpara o português submergiuapa­

lavra numaprofunda crise de identidade,oquea levou algum tempo depois a desenvolver uma forte tendênciaautodestru- tiva. A palavralutavacontra si mesma. Cultura contra cultura, religiãocontrareligião,homemcontra homem, corpo a corpo.

Tempos da Reconquista,nos quais os cristãos estavam a com­ bater os muçulmanos que moravamna PenínsulaIbérica.

'Dou-te a minhapalavra de honra', disse o futuro rei Dom Pedro Ià sua amada, Inês de Castro,'de que serás rainha'. E, efetivamente, assim foi. 'Dom Pedroé umhomem de palavra', declarou o taxidermistareal aos frades copistas e aos demais meiosdecomunicação alipresentes, enquanto dava os toques finais ao cadáver da Inês minutos antes de ser proclamada rainha.

A força da palavra, em todas as suas formas -negociações, tratados, promessas, acordos, mentiras, enganos, epístolas, discussões, convenções, compromissos, ameaças, cartas, es­ critos, cumprimentos,missivas, pactos- permitiuaos portu­ gueses nosséculos XV e XVI fundarcolóniasalém dos mares e instaurar relações comerciais para adquirirem produtos exóticos e transportarem-nos para a Europa. Bartolomeu Dias, Vasco da Gama ou Pedro Álvares Cabral,entre outros, exportadores da palavra e importadores de açafrão, açúcar, ouro, metais preciosos, tabaco,cacau ou café. Com a força da palavra. E às vezes também, segundoalgumas pessoas com a línguaafiada-o quão ruim éa inveja!-,com a força dasarmas.

Fortes abalossacudiram a terraquando a palavra de Deus

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Contos

estava a serproclamadanasigrejasno Dia deTodos-os-Santos de 1755. Vogais e consoantespor terra, sílabas desconexas e verbos mal conjugados. Palavras emudecidas e interjeições ensurdecedoras. Mas depois do sismo, o maremoto e osin­ cêndios, comofrequentemente acontece, veio a bonança.Le­ tra sobre letra a antiga cidade medieval tornou-se a Lisboa pombalina.

Sempalavrasficaram os portugueses quando na manhã de 29 de Novembro de 1807 viram zarpar doporto de Lisboa, às pressas, a famíliarealtoda, nobres, ministros, bispos, co­ merciantes, pontapés e empurrões. E sem palavras também ficaram osbrasileiros quando porvolta dasquatro da tarde de 8 de Março de 1808 viram desembarcar no porto do Rio, de passomoroso,umprínciperegentemuito gordo, DomJoão -papada caída e barrigaprotuberante-,avesso ao banho, prin­

cesas com as cabeçasrapadas e infestadas de piolhos e uma cortefatigada e alquebradapelaviagem. O glamour ea haute couturenãocouberamno porta-bagagem; no fim de contas, a famíliarealtinhalevantadoâncoras para fugirem dos france­ ses.

Noséculo XX, a palavra sofreu de uma afonia com parali­ siaquasetotaldascordas vocais e da liberdadede expressão, de ensino e de reunião e precisousersubstituídapelacensura durantealgumasdécadas. Nessaaltura, até quasetodas as vo­ gaisdoapelido do ditadorSalazarforamcensuradas e sópôde conservaro 'a'. Por fim,depois de váriostratamentos,gargare- jos e balasde menta, a doença desapareceuea palavra pôde, inclusive,animaroseu time, osCravos Vermelhos,nadecisiva partida que disputou evenceu no Estádio Novo no dia 25 de Abril de 1974contra otime doLápisAzul [parágrafo visado e autorizadopelaCensura].

E eis aqui a palavra,hojeumbocadinhomaisvelha doque há umtempoatrás,com vista cansada e pequenosachaques semimportância, sentada num autocarro e lendoum guia de viagem daIrlanda.Também ela, evidentemente, tiraférias de tempos a tempos. Quandolê 'Witamy w Polsce’ num imenso cartaz à beira daautoestrada, pergunta surpreendida ao rapaz que estáaoseu lado e que dápelo nome de SebastiãoManuel Silva(S.M.S.):

-Bem-vindos à Polónia? Porquêestá escrito isso?

-Pq estamos a chegar ao nosso destino :-) , responde o ra­ paz.

-Polónia?Não é Dublin? -Apalavratira do bolso os óculos de leitura, coloca-los, olha de novo o bilhete de autocarro e suspira.

-Próxima paragem: Lublin! -, anuncia ocondutor.

AbelLosa Vidal (Barcelona,Espanha) : Nasci no mêsde abril de 1977 na cidade de Barcelona, ali onde confluem os sons do mar Mediterrâneo,da língua espanhola e da língua catalã. EstudeiDireitonauniversidade e fiz cursos de pós-gra- duação na área de gestãoeconómica. Trabalho numaentida­ de bancária, mas embora viva rodeado denúmeros, percen­ tagens e taxasde juros, a minha grande paixão são asletras.

Desde muito novo, a tesoura foi a minha aliada:recortava as caixas de bolachas e as dospequenos eletrodomésticospara eupoder lere comparar os ingredientes e as instruções escri­

tos em diferentes línguas.A minha estante é umapequenae modesta Torre de Babel.Estudo línguasestrangeiras no meu tempo livre. Batià porta do Instituto Camões de Barcelonahá doisanos atrás e emjunho de 2015 terminei o nível avançado de línguaportuguesa. Em setembrofui de férias a Lisboae aproveiteipara fazerali também umcurso delíngua.

A VERD ADE IRA HISTÓ RIA DE PORT UGAL , PALAVRA DE HONRA!

1°PRÉMIOEXAEQUONOCONCURSOLITERÁRIOINTERNACIONALDOCLP/CAMÕESEMLUBLIN

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Música

ENTREVISTA COM WERONIKA SIEWIERSKA

WeronikaSiewierska nasceu em 1988, em Brasília.Come­ çou a sua aprendizagem depiano com a mãe. Estudou tam­

bém com os professores Luiz Medalha, Alda de Mattos, Jerzy Łukowicz e Andrzej Pikul. Em 2007 iniciou os seus estudos no Departamento de Música da Universidade de Brasília, com as professoras Maria de losAngeles eBeatrizde Freitas Sal- les. Em2008foiaceite naAcademia de Música de Cracóvia,na Polónia, naclasse de piano do prof. Andrzej Pikul. Em 2013 concluiu o mestradona classe depiano da professoraMilena Kędra na mesma Academia, onde atualmente é doutoranda.

Noano 2010, naPolónia, participouno programa200 concer­

tos no 200° aniversário de Frederico Chopin. Participou em aulas comosprofessores Andrzej Jasiński, Lee Kum-Sing, Ser- gei Dukachev, Pascal Devoyon, Edith Murano, Roberto Russo, Jerzy Sterczyński, no Brasil, na Holanda, na Polónia e na Itália.

Obteveo 3°lugar no ConcursoInternacional de Piano Chopin Roma 2011, em Roma. Nos seusrecitais em Varsóvia, Cracó­ via, Roma, Apeldoorn, Loro Ciufenna e Brasília interpretou peças deM. Ravel, A. Scriabin,F. Chopin,K.Szymanowski e H.

Villa-Lobos, entre outros.

No iníciogostaria deafelicitar peloespetáculomara­ vilhoso(1). Depois de terminaro concerto todos os espec­ tadoressaiam da sala muito impressionados.Então mais umavezmuitoobrigada pela noite cheia de boas sensa­ ções. Agoradaraconhecer aos nossos leitores o seu per­

fil fazendo algumasperguntas. Quando descobriu o seu amorpelamúsica?

Acho quea descoberta do amor pela música chega com o tempo. Pensoque esta fase sucedeudurante a etapainicial do meu encontro com a músicadepiano. A minha mãe foiuma pianista ativa e com muita frequência tocava em casaentão paramim este contato com a músicatevelugar quando era criança. Simseguramente apaixonei-me quandoerapequena.

Também naminha vidative alguns momentosimportantes comoporexemplo: aparticipação emconcursosquandotinha 11anos. Umavez ouvi um rapaz que tocava a Balada g-minor do Chopin e este acontecimento impressionou-me muito.

Lembra-se quantos anos tinha quando se sentou em frente do piano pela primeira vez e qual foi a primeira composição que tocou?

Aminha aventura com o piano começouquando era pe­

quena. Lembro-me que durante a minha primeira apresen­ taçãonuma escola toquei umminueto mas nãome lembro de que compositor. Lembro-me que estavamuitoemocionada e que a reação da audiência surpreendeu-me muito. Todos eram muito simpáticos e amistosos. Naquelemomento não estavaainda consciente doque realmente significa tocar mas tudo isto foi paramimuma experiênciamuito agradável.

Primeirocomo aluna,depois comoestudantee agora como doutoranda quantas horas por dia dedica a tocar o piano,para aperfeiçoar oseu talento?

Tenho uma regra, quando tenho por exemplo cinco ho­ ras parapraticar faço pausas.Isto nãosão cinco horas a tocar constantemente. Esteprocedimento énecessário para melho­ rar a concentração, não se pode esforçar demasiado. Parao músico é muitoimportantecuidarda sua ferramenta de tra­

balho- cuidardas suas mãos. Muitas vezesnos esquecemos que temos limites. Estas cinco horas são para mimomínimo paraquepossaterminar odia com a consciênciaquefiz o meu trabalho. Acho queisto também é umaquestão de concentra­ ção porque há pessoas que são capazes de passar estas cinco horas em frente dopiano semnenhumapausa e depoister li­

vre o resto dodia. Eu prefiro dividir o trabalhopara todoo dia e dedicar-me só atocar, pensar em isto,viver a experiência.

Quandomepreparoparaumconcerto, a melhorsituaçãopara mim é quando uns dias antes não tenho nadamaispara fazer e posso passar apenas odia inteiro a praticar.

A Weronika nasceu e cresceu no Brasil.Quandoe onde surgiu a ideia de continuar os estudos na Polónia?

Na verdadeestaideia apareceu na minhacabeça inespera­

damente.Cheguei a Varsóviapara um recital no final doano.

Toquei noMuseudaLiteratura e naqueletempo já estudava no Brasil, e nãopensavaabsolutamente nessa questão.Decidi encontrar-mecom o professorPikulporque o conheci quando era pequena. É verdade que não tive contato com ele durante dez anosmas lembro-me que queriamuito tocarpara eleo programa que tinha de executar durante o concerto.Quando toquei tudo, de repente, ele perguntou-me que planos tinha para o futuro, se tinha pensado em continuar os estudosna Polónia? Eu pensei.porquenão? Claro que apergunta refe­

ria-se aofuturodistante mas eu tomei a decisãodurante uns meses. Cheguei,toquei,passei o exame e fiquei na Polónia.

Tudoistonão foi planeado,pelomenos não da minhaparte.

Não sei se alguémplaneouisto por mimmas seguramenteeu não esperava que tudoterminasse assim, mas felizmentepara mimacabouassim.Acho que a vinda paraPolónia teve muitas boasconsequências para mim porque istoabriu-me os olhos ea mente, esclareceu-me como pode ser o mundoda música.

Isto foi o início das minhas descobertas.

Prefereatuar a solo ou em dueto?

Gosto muito de atuar asolo mas talvez porquenãotenho muitaexperiênciacomo instrumentistade câmara. Umavez tiveoportunidadedetocarcom um quarteto e então provavel­ mentepenseipelaprimeiravez que tudo isto depende não da

(1) No âmbito do Congresso Internacional Língua Portu­

guesa - Unidade na diversidade, organizado pelo Departamen­ to de EstudosPortuguesesdoInstituto de FilologiaRomânica daUMCS e o Centro deLíngua Portuguesa/Camões, Weronika Siewierska deu no TribunaldaCoroa em Lublinumconcerto.

Do programa fizeram parte peçasdeVianna da Motta, António Fragoso, Villa-Lobos eChopin.

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experiênciamas dos músicos com os quais se trabalha. Isto é umpouco comoodiálogo. Há pessoas com as quais odiálogo é fácilparanós, damesma forma, há músicoscom os quaisé fácil tocar.Agora tenho nos planos um dueto.Isto é algo aque gostaria de dedicaromeutempo porque achoqueé uma coi­ saestupendaquando se encontramdoispianos. Também há muitascomposiçõesinteressantes paraeste tipo damúsica.

Tem um compositor favorito cujasobras tocacomvon­ tadeeentusiasmoespecial?

Sim,tenho.Desdealgunsanosestou apaixonada pela mú­ sica de Ravel. Acho queRavel será o compositorcuja música sempre estarápresente nomeu repertório. Ravel foi e ainda é para mim uma grande descoberta. Naturalmente que se pode apreciar verdadeiramente a música de um compositor e nãosentir-se bemtocando as suas obras. Respeito Ravel e sinto-memuitobem na sua música, alémdisso, acho que a sua música formou-mecomo músico enão faço a referênciasó ao facto de que a sua música dá-mea oportunidade paraexpres­ sar-me mas também me refiro à possibilidade de aprender algo novo. Tocar as suas obras dá-memuita alegria.

Sendouma música com grande experiênciaàs vezes tema impressão de que em algumas situações a música reflete certasemoçõesmelhor do queaspalavras, queex­ pressa o que não se pode expressar comas palavras?

Recentementepensei sobre isso e não sei se a música re­ flete melhor os sentimentos.Com certeza isto é um modo di­

ferente através do qual se pode expressar certosestados do espírito. Podemosdizer queas palavras descrevem os senti­ mentos,emoçõesouestados de ânimo mas a músicapode le­

var até este estado. Nãosei porque é assimmas a música é uni­

versal, sem dúvidaalguns dosseus elementossãouniversais mas o que é tambémmuitoimportante éque há que aprender a sersensível para a música. Algunselementos sãotão lógicos que acaba por se tornarumaciência.Acho que através da mú­ sica se podeexpressar muito e isto seguramente é um elogio, umsuplemento à comunicação que serve à aproximação.

O que apreciamais na Polónia e nos polacos?

Tenho de dizer que é muitointeressante ter apreciado a línguaapenasdepoisdaminha chegada. Naturalmente conhe­ ciaopolaco antesmas nãotiveoportunidade de falar com os nativos. Notei que o polacotem um grande leque depossibi­

lidades que anteriormente não via.No início a minha atitude eraatéhostil não podia entendercomo é que o polaco é tão restritivo.Noprincípio a minha perceção da língua polaca foi assim. Depois aprendi que estalíngua simplesmente é mui­

to exata, é comoumapaleta de coresonde há porexemplo o vermelho de diferentes tipos:claros e escuros. Cadatom tem outronome. Naturalmente nãosou especialista no campoda língua,lembro-me que fiqueiencantadavendo como as pesso­

as a utilizam.Acho que tambémtive sorte e encontrei no meu caminho as pessoas que me mostraram de umamaneira inte­

ressantecomo funciona esta língua. No que diz respeitoaos polacos certamenteaprecio a amabilidade.Sempre encontrei as pessoasamigáveis e para mim esta amabilidade tornou-se numquadro do típico polaco.Aqualidadecaracterística dos polacos é que eles ouvem sempre o que outro tem para di­

zer, que estãoatentos às necessidades dos outros. Àsvezes até estranhos foramcapazes de demostraratravés dos seus atos a suabondade e a suavontadede ajudar. Para mimisto foi muito agradável.Agora realmente aprecio esta abertura, sin-

Música

ceridade e capacidade de ouvir o outro.Quando podem ajudar seguramente o farão, pelo menos daminha experiência.

Quais são os seus planos para o futuro? Pensou em participar na CompetiçãoInternacional de Piano Frédé- ric Chopin como representante da Polónia?

Pensei nisso mas implica o sacrifíciomuito grande em que eu nãopodia comprometer-me naquele momentoporqueti­ nhaoutros planos. Agora não poderia participar nesta com­ petiçãoporque há umlimite da idade. Quantoaos planos para o futuro quero participar em competiçõesporque acho que descuideium poucoestapartedaminha vida. Quero tomar parte nestas competições não porque acho que são muito importantes masporque que esta participação pode dar-me muitocomo instrumentista. Semprecoloquei os concursos no segundo plano paranão me preocupar se soumelhorou pior do queosoutros.Agora penso que estou numa etapana qual gostaria de sentir que há concorrência,gostaria de sentir e atuar nos lugaresonde há este tipoda pressão. O planopara o futuro mais próximo é com certeza terminaromeudouto­ rado.

Ontem, ouvindo e observando atentamente a sua apresentaçãoocorreu-me a seguintepergunta: omúsico não é parecidocom o ator? Porque um bom ator écapaz de refletiras emoções não só mediante as expressões fa­

ciais masusandotodo o corpo. O bommúsicotambém ex­

pressa as emoçõesescritas nas notas não só através dos sons extraídos do instrumento ou tocando piano ou forte em certosmomentos, mas também expressa as emoções utilizando as expressõesfaciais ou a gesticulação. É assim ouistoésóa minha impressão pessoal?

Certamente é assim eaté acho quese deveria esclarecer mais estaquestão aos músicos.

Quando se observa o músico, pelo menos domeupon­ to de vista, sei que é mais fácil sentir as emoções,émais fácil interpretar a obra vendo as emoções descritas na cara da pessoaqueatua.

Sim, istotambém é verdade que quando público vemao concerto também quer experimentar um prazer visual. Fa­

zendoparte da audiência ouve-se não só amúsica mas tam­

bém se podem verosgestos e a expressão do rosto do músico.

Naturalmente há que aprender controlá-lo. Existemdiferen­ tes tipos de músicos. Uns não expressemnadaoutrosexpres­ semdemasiado. Acho que cada músico deve aprender a não expressar demasiadocom oseu corpo. Estamos no palco para tocar e expressar as emoções mediante os sons e a música mas a própria presença do músico no palco, o seucomporta­ mentodeveria, em certamaneira,afetar o que transmitimos.

Aprópria entrada no palco nos torna parecidos aos atores.

Somos, num certo sentido, osintérpretes.Tudoistodeve estar em nós e quando jáo temossomoscapazes de compreender e transmiti-lo.

Parafinalizar,umaperguntademulher para mulher. A músicatem as suasregras. Um músicotem de tersempre as unhasasseadas e curtas.Àsvezesnãolamenta que não pode ter as unhascompridas e pintadas?Lembro-me da minhaprópriaexperiênciadostempos da escola de músi­

ca quesempre invejava asminhas amigas quandotinham as unhas pintadas e compridas.

Acho que isto depende das preferenciais pessoais. Eu lamento sempre durante o verão que não posso pintar as

ENTRE VISTA COM WER ONIK A SIEW IERSK A

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Música

unhas,porexemplo derosa mas aproveito ofacto quenos pés tambémtenhounhas. Naturalmente isto nãoé o mesmo mas quando se toca as cores nas unhas provocam distração, então é melhor não ter as unhaspintadas. Podemos dizer que para mim isto não é um sacrifício muito grande. Com certeza de­

pois de umdia inteiro a praticar posso ver quenão têm a me­ lhoraparênciaporque quando toco não presto muitaatenção às minhasunhas. Nestas situações digo sempre que isto é um dos charmesdeser pianista, que nalgum sítio háque servisto oefeitododurotrabalho que eufiz.

Muito obrigadapelaentrevista e pelo seutempo.

Muito obrigada. Isto foi umprazerpara mim.

ENTRE VISTA COM WER ONIK A SIEW IERSK A

LilianaWajrak (1° ano de mestrado emEspanhol) Nas­ ci em Biłgoraj, onde frequentei a escola primária e o liceu.

Quando tinhaoito anos entrei para uma escolade música. No princípio frequentei as aulas de violino e depois as aulas de violoncelo. As línguassão o meusegundoamorporisso decidi estudar filologia ibérica. Nãosei oque vou fazer no futuro mas querojuntarosmeusdois amores: a música e as línguas.

Dança

CO SKRYWA W SOBIE FOLKLOR PORTUGALSKI?

As Lavradeiras de Arcozelo- Santa Maria Adelaide jest to portugalski zespół ludowy pochodzący z “Terras da Feira” lub “Santa Maria”. Są z miejscowości Arcozelo, która znaj­

duje się na wybrzeżu, w południowo-wschodniejczęściVila Nova de Gaia, koło Porto, w regionie Douro Litoral. Zajmuje 8.5 Km2 powierzchni (jest jedną zwiększychmiejscowości w Vila Nova de Gaia)i jejliczba ludności wynosi prawie 15000 mieszkańcówi mieści się 12 km od Porto Wykreślićten frag­

ment!). Santa MariaAdelaidejest patronką 'AsLavadeirasde Arcozelo”. Była również źródłem inspiracjidla nazwy zespo­

łu.As Lavradeiras kultywują tradycję która polega na tym,że, każdego roku, przed wyjazdemna swój pierwszykrajowy wy­ stęp składająjej bukiet kwiatów,któremają byćformą okaza­

nia szczeregohołdui podziękowania orazprośby, aby zawsze stała przy ichboku. Zespół jest portugalskim pionierem,jeśli chodzi o występy na światowych festiwalach folklorystycz­ nych. Miał okazję do zaprezentowania się już w21 krajach, uczestnicząc w najważniejszych międzynarodowych konkur­

sach folklorystycznych. Celem zespołu jestzachowanie i pro­

pagowanie żywej i bogatej kulturyportugalskiej oraztradycji ludowej. Ich strojesąbogactwem kolorówi form a każda znich odgrywainnąrolę - są tona przykładstrojeodświętne, stroje dopracy, przedstawiającebogaczy czy biedaków.Naj­ ważniejszymi wydarzeniami w historii grupy byłybez wąt­

pienia 3 oficjalne audiencje u jego świętobliwości Jana Pawła IIw Watykanie (w 1987, 1991 i w1996). Dzięki wartościom artystycznym grupa miała również zaszczyt być wybrana przez Ministerstwo Kulturydoudziału w zamknięciu Expo’98 - światowej wystawy zorganizowanej w Lizbonie. Zespół od­ wiedził trzy razy równieżPolskę:w 2004 roku w Zakopanem i wSzczyrku oraz w2010 roku w Tomaszowie Lubelskim.

Wywiad z tancerzami zgrupy: „ As Lavradeiras de Ar­ cozelo- Santa MariaAdelaide”

Tiago, od kiedy tańczysz?

Tiago: Tańczęoddziecka, moja mama była śpiewaczką i tancerką zatemtańczyłemjuż w jej brzuchu.

Co oznacza dlaWastaniec?

Tiago: Dla mnie taniec oznacza pasję i miłość, dziękiktó­ rej się tworzy, a takżenawiązywanie przyjaźni.

Daniela: Taniec jest sposobem poprzez który możemy

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CO SKRYWA W SOBIE FOLKL OR PORT UGAL SKI?

zapomnieć o naszych wszystkich problemachinegatywnych myślach. Wyzwala poczucie spokoju i wolności, poprzez ta­

niecw zespole mamyrównieżmożliwośćpoznać innekultury, nowe miejscaicudownych ludzi. Taniec dla mnie jest czymś co może mnie rozweselić, a także służy jako forma ćwiczeń fizycznych.

Dlaczego taniec ludowy? Niemyślałeś nigdy o innym typietańca?

Tiago: Taniec ludowy, ponieważ uczę się go odmałego i pokochałem to, co robię i aby być wolnym. Nie lubię innych typów tańca,chyba że kizombę.

Jakie cechy charakterystyczne tańca ludowego w Portugalii?

Daniela: Taniec ludowyjestjuż bardzo zakorzenioną tra­

dycją w naszymkraju.Już nasiprzodkowie zajmowali się nim w chwilach odpoczynku, zarówno ludzie z mniejszych wsi jak ibogacze.... Biorąc wszystko pod uwagę, tym, co może nas zjednoczyćizłączyć w jedno jest właśnietaniec.

Tańce ludowe popularnew Portugalii? Czy ludzie jużonich zapominają?

Tiago:Tańce ludowe sąbardzo popularne w Portugalii. Za jedenznajlepszychludowychzespołóww Portugalii postrze­

ga się zespółpochodzący z Viana do Castelo.Jego przepiękne strojektóresą obszyte złotem

Jak młodzipostrzegajątańce ludowe?

Tiago: Według młodych zespoły folklorystyczne są dla starszych,nie dla ludzi w ichwieku. Nigdy niespróbowali, i dlatego sądla nich rzeczą bardzo zabawną.

Mogłabyśopisaćstroje ludoweTwojej grupy?

Daniela: Mamy dużą różnorość strojów: stroje ludzi pra­

cujących, bogatych (chłopówlub szlachty) i także stroje na niedzielę(namszę).

Ty i Twojagrupaodwiedziliście Polskę 3 razy. Jak Ty i inniczłonkowie grupywspominaciete podróże?

Daniela: Wizyta wPolsce byładoświadczeniem, którego nigdyniezapomnę. Od samego początku byłamprzyjmowa­ na przez wszystkich z ogromną serdecznością. Każdy miał mnóstwo czasu, aby pomóc nam, czegokolwiek byśmy nie potrzebowali. W żadnym miejscunie czułam się takdobrzel ugoszczona, jak tutaj w Polsce. I to są właśnie fakty, które wspominam za każdymrazem, kiedy mówię o moich poby­ tach tutaj.

CzypodczasTwojego pobytu wPolsce, coś szczególnie Cięzaskoczyło?

Tiago:Moim pierwszympytaniem, jakie zadałem sobie w Polsce było “Czy tutaj niemanicciekawego? “ Jednak , w koń­

cu zauważyłem, że Warszawa jest piękna,są w niej miejsca na­

prawdęzachwycającei takie, żebyspędzićspokojnewakacje.

Czy Twoja grupaplanujeodwiedzić Polskę ponownie?

Tiago: Jeżeli otrzymamy miłe zaproszenie z państw Eu­ ropywschodniej,pojedziemy z pewnością...Z przyjemnością wróciłbym tam, gdzie byliśmydobrze przyjęci i zawsze do­ brzesiębawiliśmypodczasnaszychpobytów.

Dominika BiruntiPaulinaRogoza (IIrok FilologiaIbe­ ryjska): Nazywająsię Dominikai Paulina. Dominikama 21 lat i pochodziz TomaszowaLubelskiego, a Paulinama22 lata i jest z Lublina. Interesują się nauką nowych języków obcych oraz poznawaniem nowych kultur,szczególnie kulutrą Portugalii i Brazylii.

Dança

O QUE ESCONDE O FOLCLORE PORTUGUÊS?

As Lavradeiras de Arcozelo - Santa Maria Adelaide é um grupo internacionalportuguês que provemdas TerrasdaFei­ ra ou Santa Maria. São da Vila de Arcozelo que estálocaliza­ da nolitoral, na partesudoeste do Concelho de Vila Nova de Gaia, distrito do Portoe província do Douro Litoral. A Santa Maria Adelaideéa Madrinha éa padroeira de 'AsLavradeiras de Arcozelo”.Foitambém a fonte de inspiração, para a génese do nomedo grupo. 'As Lavradeiras” têm portradição em cada ano,antes de partirem para a sua primeira atuaçãonacional, entregar-lheum ramode flores, como forma de prestaruma sentidahomenagem e agradecimento e para que ela esteja sempre ao seu lado. Este grupo é o pioneiro em Portugal, na realização de FestivaisMundiais de Folclore. Trata-se de um dos mais internacionais grupos portugueses pois já se fez representar em 21 países. O objetivo do grupo é preservar e promover a viva erica cultura e folclore português. Os seus trajes são a riqueza da diversidade de cores e formas e cada um desempenha umpapeldiferente -porexemplo hátrajes de domingo, de trabalho, dos ricos ou dos pobres.Momentos de Glória, foram semdúvida as três audiências no Vaticano com SuaSantidade, o PapaJoão Paulo II (em 1987, 1991 e em 1996).Foi este grupo honrosamente selecionado, pelo Minis­ tériodaCultura,paraintegrar as cerimónias de encerramento da Expo 98. O grupo visitou trêsvezes a Polónia: em2004es­ teveZakopane, em 2004em Szczyrk e em 2010 em Tomaszów Lubelski.

Entrevista com doiselementos do RanchoFolclórico „ As Lavradeiras de Arcozelo- Santa MariaAdelaide”

Tiago, desde quando danças?

Tiago: Eu danço desde bebé. A minha mãe era cantora e dançarina e eujádançava na barriga dela.

O que significadança para vós?

Tiago: Para mim a dançasignifica paixão, amorpeloque se faz e novas amizades.

Daniela: A dança é umamaneira de nos afastarmosum pouco dos problemas e de todos os pensamentos negativos, dançartransmite umasensação de paz e liberdade e dá-nos a oportunidade de conhecer outras culturas, novossítios epes­

soas fantásticas.

Porquê dança folclórica? Tiago não pensaste em ou­ trostipos de dança?

Tiago:Dança folclórica porqueaprendidesdepequenino e adoro o que façoe parasermuito franco não gostomuitode outro tipo de danças a não ser que sejakizomba*.

*Kizomba é um género musical e um estilo de dançaoriginários de Angola.

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O

QUE ESCOND E

O

FOLCLO RE PORTU GUÊS?

Dança

Quaissãocaraterísticas do folcloreportuguês?

Daniela: As características do folcloreportuguês são que esta jáe umatradição muitoantigado nossopaís, os nossos antepassados já ofaziamemtempos de lazertanto as pessoas docampooucomoosricos...temtudo a ver com algo que nos consegueunir e tornar-nos numsó queéa dança.

Danças folclóricassão popularesemPortugal?Ou as pessoas já as esquecem?

Tiago: Sim sãomuito populares as dançasfolclóricas em Portugal também se diz e como muita gentevê os melhores ranchosfolclóricosem Portugal são os de Viana do Castelo pe­

los trajes lindíssimos que eles usam e todo oouro que cobre osseus trajes.

Como os jovensveem as dançasfolclóricas?

Tiago: Os jovens veem os ranchosfolclóricos como coisas paravelhos e não para a idade deles masporque nunca experi­

mentaram e achamque é uma coisamuito engraçada.

Podias descreveros trajes do teu grupo?

Daniela : Temos muita variedadede trajes: Os trajes dos trabalhadores, dos ricos (lavrador rico ou fidalgo) e também para domingo (domingo ou irà missa).

O teu grupo estevenaPolónia duasvezes, como tu e outrosmembros do grupo recordam essasviagens?

Daniela: Ter ido à Polónia foi umaexperiência que nun­ cavou esquecer. Desde que aí cheguei senti-me acolhida com muito amor por todos e todos tinham uma disponibilidade enorme para qualquer coisa que precisássemos...nunca me senti tão bem acolhidacomo naPolónia e isso sãoas coisas que mencionosempre quefalo daminhaexperiência aí.

Duranteatua visitaà Polónia algo te surpreendeu es­ pecialmente?

Tiago: Aprimeira pergunta que fiz quando cheguei à Poló­ niafoi “ Isto nãotemnada de jeito?” Mas afinal constatei que Varsóvia é linda,temsítios encantadores tudo é muito bonito e bom para passar umas férias.

O teugrupoplaneiavisitara Polónia outravez?

Tiago: Se houverum bom convite da parte dos países de lesteiremos com certeza. Eu adoraria voltaraí onde fomos bem recebidos e divertimo-nos muito bem durante a nossa estadia.

Dominika Birunt e PaulinaRogoza (2° ano de Filologia Ibérica):Somos a Dominika ea Paulina. Estudamosfilologia ibérica naUniversidade MariaCurie-Skłodowska. A Dominika*

tem21 anos e é de Tomaszów Lubelski ea Paulinatem22 e é de Lublin. Somos interessadas em aprender línguasnovas e conhecer outras culturas, especialmentecultura de Portugal e deBrasil.

Viagens

MAM MNIEJ OCZEKIWAŃ I DZIĘKI TEMU JESTEM BARDZIEJ SZCZĘŚLIWA!

Czynigdynie marzyłeś, żeby rzucić wszystko ipracować przebywając w dowolnymmiejscunaświecie? Mówisz-nie­ możliwe.Aja mówię- znam kogośtakiego! MowaoAleksa- drze Bogusławskiej autorceblogawww.duze-podroze.pl, któ­ raodponad roku jest stale w podróży, odwiedziłajuż 7 krajów i jak sama mówi nie zamierza natym zakończyć!Trzy słowa o niej?Blogerka,pisarka i fotografka! Na blogu znajdziesztek­ sty o miejscach, wktórych Olabyła,praktyczneinformacje dla turystów o ciekawych zabytkach, jedzeniu, zakwaterowaniu.

Dowieszsię nawet ilekosztuje weekend w Porto! Przeczytaj choć jeden post na jej blogu ,a ciągle będziesz tamwracał. A propos domu- Ola pochodzi z Krakowa. Jej całkiem noweży­ ciezaczeło się w Lizbonie. Na razie do Polski jej nie po drodze, więcrozmawiamy przez skype - ja z Lublina, Ola zFlorencji.

Gabriela: Kiedy zaczęłaś pisać bloga? Rok temu, po wyjeździe z Polski?

Ola Bogusławska: Nie, zaczęłam go pisać około sześć lat temurelacjonując krótkie wakacyjne podróże.Najpierwjeź­ dziłam autostopem. Pamiętam moją pierwszą podróż - Lu- xemburg-Paryż-Amsterdam. Ponad rok temu udało nam się załatwić pracę na odległośćiwyjechaliśmy doLizbony.

G: Ten tajemniczy kraj to dobry początek podróży?

Motywuje czyzniechęca do podróżowania?

O: Spędziłamtam 5 miesięcy,było (i nadal jest)cudownie.

Jest wyjątkowowiele rzeczy, za którymitęsknię. Najbardziej mnie urzekła przyroda - różnorodność natury jest tam niewy­

obrażalna. Cały czas coś pięknie pachnie. Chciałamdotykaći wąchaćkażdy spotkany kwiat.Dodatkowo ocean iplaże - cu­ downaegzotyka,która wcalenie jest tak daleko. I spokojne, na luzie życie, którena początku może denerwować, ale po­ tem jest coraz lepiej.

G: Portugalczycywiedzą coś o Polakach i onaszej kul­

turze?

O: Niektórzy pytają zciekawością czy naprawdę żyjątam niedźwiedziepolarne, bo słyszeli, że w Polscejestbardzozim­ no. Dużo naszychrodakówprzyjeżdza tamnawakacjeiwiem, że są ciepłoprzyjmowani. Mogę się nawet pokusić o stwier­

dzenie, że obie narodowości mają ze sobądużowspólnego.

Chodzi mi głównie o tęsknotę za czymś lub za kimś, za tym jak było kiedyś - Lizbonie dałosię we znaki trzęsienieziemi, a Polsce wojna.

G:A jakiejesttwoje pierwsze skojarzenie z saudade?

O: Po prostu Portugalia.Aleteż moje własne myśli iwspo-

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mnienia.Przyjemne spacery, wino. Przypominami sięodrazu centrum Lizbony - niektóre budynki są opuszczone, zrujno­ wane.Wydaje mi się, żemuzyka Fado to też definicja słowa saudade. Ile emocjimoże się ukryć w 3czy 4 minutach utwo­

ru!

G: W Portugalii każdy jest oddanym zwolennikiem Fado?

O:Oczywiście, że nie! Ten gatunek muzykijestwyjątkowy dla tego kraju, alena plażachkrólujebrazylijskie disco!

G: Jeśli mówisz o plaży - to właśniew Portugalii wi­ działaśnajpiękniejszyzachód Słońca?

O: Zdecydowanietak.Kiedy byłam pierwszy raz w Porto, w listopadzie, zachód słońca zapierał dech w piersiach. Ko­ lory były przecudowne - różowy, fioletowy, pomarańczowy.

Widokbyłbardzo egzotyczny! Codziennierobiłamzdjęcia, a najlepsze jest to, że żadne z nich nie wymagałoobróbki.Zero filtrów,poprawek.piękno w najczystszej postaci.

G: Czyli do szczęściawystarczy być w Porto, patrzećna zachodzące słońce i pićwino?

O: Pewnie tak,chociaż może jeszczecoś do jedzenia?

G: No właśnie!Jaka jest portugalska kuchnia? Co jedzą Portugalczycy?

O: Uwielbiam owoce morza i nigdzie nie można zjeść lep­ szych niż właśnie tam! W Portugalii są bardzo świeże, tak samo jak ryby. A te najlepsze... Ach! Na samą myśl jestem głodna! Te najlepszesą z portuMatosinhos. I wszytkoco ty­

powez kuchniśródziemnomorskiej. O dziwo nieposmakował mi tensławetnyBacalhau!Niektórzymówią, że przepisówna jegoprzyrządzenie jest 365 a inni, że nawet 800.

G: Ale chybaniepowiesz, że słodkościwPortugalii nie przypadłyCi do gustu!

O: Niestety chyba aż za bardzo, bo w Portugalii przyty­

łam! Pasteisde Natato moje ulubione ciastko naświecie,tak jak tarta migdałowa. Większość słodyczy jest wyrabianych napodstawiestarychklasztornych przepisów,na bazie jajka ikremówjajecznych. Dawniej do krochmalenia i wybielania habitówużywało się białek. Zakonnicyi zakonnice chcieli wy­

korzystaćjakoś żółtka, więc zaczęli robić kremy na ich bazie.

Ta oszczędność się opłaciła!

G: Gdzie można spróbować najlepszych pasteis de nata?

O: Tylko w Belem! Jest to część Lizbonygdzie znajduje się klasztorHieronimitówi to stamtąd te przepyszne ciastkaroz­ przestrzeniły się nacały kraj. Ale generalnie wszędzie są do­

bre. Warunek jest jeden - muszą byćswieże.

G: Czy dzielnice Lizbony są zróżnicowane?Każdama swój niepowtarzalnyklimat?

O: Myślę, że tak. Na przykład w Alfamie bardzoodczuwa sięspołecznewięzi.Widać, żemieszkające tam osoby dobrze się znają. Wąskie,średniowieczne uliczki są piękne i tajemni­

cze. Stamtądpochodzi śwAntoni, któryjestpatronem Lizbo­ ny.W czerwcu jest tam wielkaimprezana ulicach,w której miałamokazjęuczestniczyć.Istnieje teżprzesąd, żeposzczę­

ścisięw przyszłości parze, która weźmie ślubw dniach 12-14 czerwca, więc mnóstwo par staje wtedynaślubnymkobiercu.

Śluby odbywają się hurtowo, co10 minut! ;) G: To twojeulubione miejsce w Lizbonie?

O: Nie, Belem to zdecydowanie moje ulubione miejsce.

Wszystko jesttam ładne. Wydaje mi się również, że właśnie tam znajdują się najciekawsze zabytki - klasztor hieronimi-

Viagens

tów, wieża Belem.

G: Na koniec.. dla Ciebie osobiście 5 składnikówPor­ tugaliito..

O: Natura, styl manueliński, płytki azulejos, świetna pogo­

dai wino- Porto. Trochę głupio tam pojechaći go niespróbo­ wać ;)

G: Cobyło najtrudniejsze wtymroku?Czybrakuje Ci czegoś?

O: Psa. Bardzochciałabymmieć psa, ato niemożliwe w po­ dróży. Aoprócz tegobrakuje mi bardzoprostychrzeczy. Faj­ nie byłoby mieć więcejpar butów niżtylko dwie. Mamtylko tyle rzeczy, ile zmieści mi się w jednej walizce Zazwyczaj kie­

dy wyruszasz w nieznane przywozisz stamtądpamiątki,albo lokalne produkty, a wmojej sytuacji to niemożliwe.

G: Czego się o sobie dowiedziałaś przez ten ostatni rok?

O:Tego, ze sobie radzę! Kiedy przychodzą trudne chwile, nie panikujęod razu. Mieliśmy taką sytuacje wWiedniu-ktoś włamał namsię do domu, naszekomputery, aparaty i kilka innych rzeczy zniknęło. Było mi BARDZO przykro,alestanę­ liśmy na nogi! Uczęsię też, że gdy coś nie pójdzie po mojej myśli, to nie tragedia. Żenie wszystko muszę kontrolować i nie wszystkochcę kontrolować. Mam coraz mniej oczekiwań dzięki czemu jestem bardziej szczęśliwa. Zaczęłam cenić dobre jedzenie, piję wino do obiadu. Otwieramsię nanowe możliwości,które wcześniejby mi nie wpadłydo głowy,bo się wstydziłamlub bałam.

G: Myślisz, że warto zachęcać Polaków do podróżowa­ nia?

O:Tak, myślę, żeto dobredla każdego człowieka, żebyw pewnymmomencieżycia wyjechał. Myślę, że jest bardzo waż­

ne zobaczyć jak żyją inni, jak podchodzą do niektórychspraw.

Uczysz się tolerancji. Po powrociemożesz inaczej spojrzeć na swojecodzienneżycie-porównaćz tymczego doświadczyłeś w innym krajuI może coś zmienić.Chcesz obalićstereotypy?

Podróżuj!

G: Co planujeciewnajbliższym czasie?

O: Planujemy wyjechać we wrześniu do Honkongu, Ko­ rei i do Japonii. Mam nadzieję, że udanam się też dotrzeć do Australii Kiedyś na pewnochciałabym mieć MOJE WŁASNE miejsce. Dom, do którego wracam.

G: Nie pozostaje mi nic innego jak życzyć szerokiej drogi! Dziękuję za inspirującą rozmowę!

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MAM MNIEJ OCZEKIW

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DZIĘKI TEM U

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JESTEM BARDZ IEJ SZCZĘŚL IWA!

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Viagens

TENHO MENOS EXPECTATIVAS E POR ISSO EU SOU MAIS FELIZ!

Nunca sonhou em deixartudo delado e trabalhar em qualquer lugar do mundo? Responde - éimpossível. E eu direi - conheço uma pessoaassim! Estouafalar de AleksandraBogusławskaaau­ toradoblog www.duze-podroze.pl que há mais de um ano, viaja e trabalha ao mesmotempo com o seu marido,já visitou sete países ecomodiz - não vai parar com isso. Três palavras sobre ela? Escritora, blogger e fotógrafa. No seu blog pode encontrar textos sobre lugaresondeela esteve, informações úteis para tu­ ristas sobre monumentos interessantes, sobre a comida, sobre o alojamento. Vai descobrir até quanto custa um fimde semana no Porto! Leia, pelo menos, um artigo no blog e vai sentir o de­ sejode se estabelecer lá por um longo tempo. Aleksandra é de Cracóvia e a sua nova vida começou em Lisboa. Ainda está longe da suaterra natalpor isso falamos noskype. Eude Lublin, Ola de Florença.

Gabriela: Quandocomeçaste a escrever um blog? Depois de saíresda Polónia?

Ola: Não, comecei a escrevê-lo mais ou menos há seisanos.

Escrevia sobreviagenscurtas de férias. Eu sempreestivefascina­ da pelo mundo graças à minha mãe. Primeiro eu andavaà boleia.

Lembro-meda minha primeira viagemAmesterdão - Bruxelas - Paris. Há mais de um ano nósconseguimostrabalhoà distância e fomos para Lisboa.

G: Este país misterioso é um bom início deviagem? Motiva ou desencoraja de viajar?

O: Passei cincomeses láe foi e ainda é ótimo. Eu sinto falta de muitas coisas. O que mais me cativou foi a natureza. A diver­ sidade é impressionante. Eu queria tocar e cheirar cada flor que euviaAlém disso, omar e as praias - um lugar exótico que não é tãolonge assim. E a gente é muito relaxada, a vida é tranquila, o que no início pode serenervante mas depois é cada vez melhor.

G: Os portuguesessabem algosobre os polacosesobre a nossa cultura?

O: Algumaspessoasperguntam por curiosidade -Na Polónia realmente há ursos polares? Porque eles pensam queestá muito frio na Polónia. Muitos dos nossos compatriotas vãopara lánas férias e sei que elessão bem tratados. Eu acho que essas duas nações têm muito em comum. Quero dizer, da saudade dealgo ou alguém,à saudade do passado- Lisboa foi atingida pelo terre­ moto e a Polónia foi atingidapelaII GuerraMundial.

G: Associas a palavra saudadea quê?

O:Simplesmentea Portugal.Mas também às minhas próprias

memórias-os passeiosagradáveis, ovinho. Isso faz-me recordar o centro de Lisboa - algunsedifícios estão abandonados, destru­ ídos. Parece-me que ofado é tambémuma definiçãoda palavra

“saudade”. Quantas emoções sepodem ocultar numa cançãode trêsou quatro minutos.

G: EmPortugal cadapessoa é o amante de fado?

O: Claro que não! Estegénero de música é único para este país, masnas praias pode-seouvir música pimba brasileira.

G: Já quefalas em praia -em Portugal tu viste omaislindo pôr-do-sol?

O: Semdúvida, sim. Quando euestiveaprimeira vezno Porto era novembro, opôr-do-sol era de tirar o fôlego. As coreseram maravilhosas - rosa, roxo, laranja. A vistaera muito exótica. To­

dos os diaseu fazia muitas fotografias. E nenhuma é retocada.

Zero filtroseefeitos. A beleza na sua forma mais pura.

G: Então, para ser feliz, é suficiente estar no Porto, olhar parao Sole beber vinho?

O:Achoque sim, mastambém algo para comer!

G: Exatamente! O que é que podes dizer sobre a cozinha portuguesa?Oqueéque eles comem?

O: Eu gosto muito de marisco e em nenhum outro lugarpo­

des comer melhor do que lá. Em Portugal, o marisco é muito fresco e o peixe também. E do melhor...! Só de pensartenho fome!Omelhor é doporto de Matosinhos. E tudoo que é típico dacozinha mediterrânica é muitosaboroso. Surpreendentemen­

te, eu não gosteido glorioso Bacalhau. Algunsdizem que há 365 receitas para fazê-loeoutrosdizem que até 800.

G: Mas nãome digasque não gostasdosdoces em Portugal?

O: Infelizmente, eu gosto demasiado dos doces porque em Portugalengordei muito. Pastel de nata é a minhacoisa preferida do mundoassim comoa tortade amêndoa. A maioria dosdoces é àbase de ovos ou cremes de ovos, que têm a sua origemnos conventos! Há muito tempo as freirasou monges usavam claras para branquear e engomaros hábitos. Tinham de usar as gemas de alguma forma, então começaram a fazer cremes com a base nelas.Valeu a pena ser poupado!

G: Onde posso provar o melhor pasteldenata?

O: Apenas em Belém! É uma freguesia de Lisboa onde fica o Mosteirodos Jerónimos e ondeessesbolosdeliciosos têm o seu início.Mas, na verdade são bons emtodos oslugares. A condição é só uma-o pastel deveser fresco.

G: Os bairrosda Lisboa sãodiversos? Cadaum tem o seu próprio ambiente?

O: Acho que sim. Por exemplo em Alfamapodes sentiros la­ çossociais.Podesver que as pessoasquevivem láse conhecem bem. As ruas estreitas e medievaissão muitolindas e misterio­ sas. OSantoAntónio, o padroeiro de Lisboa, é natural de lá. Em junho há uma grande festa nas ruas, onde tive a oportunidade de participar. Hátambém a superstição de se casar entre 12 e 14de junho, porque Santo António recebeu -entre outras atri­ buições - a de “O Santo Casamenteiro”. Portanto, um monte de casaissobem ao altar. Oscasamentossão realizadosem grandes quantidades, a cadadezminutos!

G: Éatua partepreferida de Lisboa?

O: Não, Belém é com certeza a minha partepreferida de Lis­ boa. Lá tudo é bonito.Acho que também em Belém há muitos monumentos interessantescomo a Torre de Belém e o Mosteiro dosJerónimos.

G: E porúltimo... Para ti pessoalmentecincoingredientes de Portugal são.

O: A natureza, a arquitectura manuelina, azulejos,o tempo

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Viagens

ótimo e o vinho do Porto- é um pouco estúpido ir lá e não o provar.

G: Oque foimais difícil este ano? Sentes falta dealgo?

O: Eu gostaria de ter um cão mas isto é impossível em via­ gem. Além disso sinto falta de coisasmuito simples. Seria bom ter mais pares de sapatos do que apenas dois. Eu só tenho as coisas que posso guardar em uma mala. Normalmente, quando viajas, trazes lembranças ou produtoslocais mas na minha situ­ ação é impossível.

G: O que é que aprendeste sobre ti mesma neste último ano?

O: Que eu consigo desenrascar-me. Quando há momentos difíceis, eu não entro em pânico imediatamente.Tivemos uma situaçãoassimemViena - alguém invadiu a nossa casa, os nossos computadores, câmaras e outrascoisasdesapareceram.Eu esta­

va muito triste, mas fomosem frente. Eu tambémaprendo que quando as coisas não saem como eugostaria, nãoéuma tragédia e nãotenho de controlartudoe não querocontrolar tudo. Tenho menos expectativas e porisso sou mais feliz. Comecei a apreciar a comida boa, comecei a beber vinho ao almoço. Estou aberta para novas oportunidadesnasquais antes eu não tinha pensado, porque eu tinhavergonha ou medo.

G: Achas que vale a pena motivar ospolacosparaviajar?

O: Sim, eu achoque é bompara cada pessoa partir em algum momento. Eu acho que é muito importanteparavercomo vivem outras pessoas, como eles são, o que pensam. Aprendes a ser tolerante. Depois de voltar podes olhar de forma diferente para a tua vida - podes comparar com o que tinhasexperimentado noutro país. Queresrefutarosestereótipos? Viaja!

G: Oqueplaneias para os próximos tempos?

O: Queremos irem setembro para Hong Kong, Coreia e Ja­

pão. Esperoque também para aAustrália! Um diagostaria de ter o meu próprio lugar. A casa à qualeuvolto.

G:Só me restadesejar-te boa viageme quete divirtas.Obri­ gado pela entrevistamuito inspiradora!

Gabriela Malik (2° ano de Filologia Ibérica): Sou de Tarno­ brzeg - uma cidade no Sul da Polónia mas agora vivo em Lublin.

Tenho 21 anos. Gosto muito de ler, viajar e cozinhar.

Fotos: Aleksandra Bogusławska

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TENH O MENOS EXPECTA TIVAS

E

POR ISSO

EU

SOU MAIS FELIZ!

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Viagens

JAK NIE ZWIEDZAĆ PORTUGALII

Kiedy 20 lattemu moi rodzice wrócili z wycieczki doPortugalii, wieśćo ich podróży obiegłaszybko całe grono ichznajomych i są­ siadów. Niektórzy zastanawiali się, po cojechać taki kawał drogi, by „cośpozwiedzać”, inni natomiastz zainteresowaniem zadawali pytaniao to, jaka jest Portugalia i jakmożna się tam dostać. Ale poza pytaniami, pierwszą reakcją tak tych pierwszych jak i dru­ gich, było lekkie niedowierzanie i bardzo duże zdziwienie. Bez wątpienia, ich dwutygodniowy pobyt na PółwyspieIberyjskim w tamtych czasach urastał niemalże do rangi wyczynu.

Dziś jednak, kiedy tanie linie lotnicze zdominowały euro­ pejskie rynki, tysiące Polaków odwiedza rocznie Portugalię i z pewnością nie należy już ona do turystycznej egzotyki.Jedną z konsekwencji wynikającą ze spopularyzowania się podróży za­ granicznych było wykształcenie się nowego trendu, dzisiaj wręcz posiadającegojuż znamiona kształtującej się „subkultury tury­ stycznej”, tzw. kolekcjonerówmiast. Są to osoby, których celem jest podróżowanie za granicę w celu odwiedzaniajak największej ilości miejsc i chwalenie się owym faktem (głównie na facebo- ok'u) bez przywiązywaniawiększej uwagi do walorówkulturowo- -historyczno-społecznych odwiedzanego miejsca.

Niezależnie od tego, że Portugalia powierzchniowo jest kra­ jem relatywnie małym, kryjew sobieogrom ciekawych miejsc, miasteczek, historii ilokalnychtradycji. Mimo to, co roku, po każ­

dych wakacjach, ściany facebookowenaszych znajomych zapeł­ niają się dziesiątkami zdjęć z takich miejsc jak droga, turystyczna restauracjaw centrum Lizbony, aw niej grupa elegancko ubra­ nych nastolatków, robiący sobie zdjęcie przy użyciu selfie-stick.

Kiedy uszczęśliwieni znajomi wracają do Polski, opowiadają nam o tym, jak wspaniałe są lizbońskiedyskoteki, jak wygodnybyłho­ tel, w którymsię zatrzymali itd.Jednakbez wątpienia, najwięcej emocji budzi zawszeopowieśćo podróżyodkrytym autobusem turystycznym po ulicach Lizbony czy Porto, z którego można było wykonaćdziesiątki zdjęć i posłuchaćw słuchawkach historii miasta, która wydawała się ciekawa,ale niewiele z niej już dziś pamiętają. Wszystko to teoretycznie wygląda atrakcyjniei wielu ludzi to lubi i takspędza swojewakacje, ale czyoto chodzi wtu­ rystyce?Bojeżeli nasz znajomy bierze urlop w pracy i leci nadrugi kraniec Europypoto tylko, by zrobićsobie parę zdjęći pochwalić się odwiedzeniem 5 miast podczas 5-dniowej wycieczki,wtedy całkiem rozsądną alternatywą staje się pozostanie wdomui spa­ cerpo ulicach danego miasta na google maps.

Bo czy Polak fotografujący się wLizbonie z kubkiem ze słynne­ go Starbucksniepozbawiasamegosiebieprawdziwegobogactwa kawowego,które oferuje Portugalia?Albo, czywybierającdysko­ tekę,zamiast koncertu fado na Bairro Alto nie popełniamyswo­ istego świętokradztwa?Niestety nasz świat stale się zmienia i w moim odczuciu zmieniasię na coraz gorszy.

Dwie koleżanki, którechwaliły się podróżą po Portugalii, wiele opowiadały o tym, jakie zakupy zrobiły i jakie pamiątkiprzywio­ zły. Jednak na hasło os pasteisdenata zapytały,czyto te paszte­ ciki z dorsza, których próbowały. Później narzekały jeszcze na 3 gwiazdkowy hotel,że był trochę niewygodny i na tym skończyła się ich opowieść. Co więcej, znajomyAmerykanin dawałsobie rękę uciąć, że Cristiano Ronaldojest Hiszpanem. Kiedy okazało się, żetak niejest, lakonicznie stwierdził, że Hiszpanie i Portugal­ czycy tojednoitosamo. Taka ignorancja jest jeszcze doprzeżycia,

jednak w niektórych sytuacjach trzeba za nią słono zapłacić.Jed­ napolskapara, skuszona chęciąsfotografowaniasię w oryginalny sposób, robiąc selfie straciła życie po upadku z Caboda Roca. Czy do tej tragedii musiało dojść? Zpewnością nie,ale jest ona w po­

średnisposób obrazem i konsekwencją panującej mody. Ludzie często nawet się nie zastanawiają, co tracą.

Bez wątpienia, nie ma lepszej metody niż podróżowanie po Portugalii z turystycznym plecakiem, odwiedzającprzede wszyst­

kim małe miejscowości i trasy, które nie są na szlaku turystycz­ nym. Próbowanieregionalnychwin, porównywanieróżnic mię­ dzy kawami, zajadanie się świeżymi rybkami, czy regionalnymi słodkościami. Portugalię należy zwiedzać od kuchni. O wiele większąsympatię wzbudza zagubiony turysta z mapą, któryza­

trzymałsię wprzydrożnej kawiarni, niż paradująca po lizbońskiej Rua Augustaelegancko ubrana para, wydająca nierzadkofortunę na lokalne pamiątki produkowane,jaktozazwyczaj bywa,w Chi­ nach.

Osobiście polecam rozkochać się w Portugalii.Aparat najle­ piej zostawićw domu. Krajobrazy uwiecznionew naszej pamięci będą wracałyjeszcze wiele razy po powrocie do Polski. Muzyka fado, połączona z lampkąpysznego Porto z pewnością przenie­ sie nas do świata metafizycznych doznań. Porozmawiajcie z ry­ bakami na plaży, zgubcie się w nieznanym miejscu, odwiedźcie przydrożnykościółek, zapytajcie miejscowych, gdzie oni jadają i czy nie chcą zjeść z wami dzisiaj obiadu, poświęćcie chwilę na napisanie pamiętnika podróży delektując się pysznąkawą. To zo­

stanie na wieki, dla waszych dzieci, wnuków. A wpisyi zdjęcia na portalachspołecznościowych przepadną niezauważonei szybko zapomniane. Ijeszcze raz błagam, nie bierzcie ze sobą selfie stik.

JAK NIE ZWIED ZAĆ PORTU GALII

Aneta Gmitrowicz (III rok, Filologia Iberyjska): mam 21 lat.

Lubię uczyć się nowych języków. Studiuję portugalski, aby po­

znawaćnowych ludzi i podróżowaćpo Portugalii użwyając moich znajomościjęzykowychi kulturyportugalksiej.

JoachimCzalej (III rok, Filologia Iberyjska): ukończył medi- teranistykę, obecnie studiuje filologie iberyjską. Interesuje się gitarą flamenco, polityką i szachami. Planuje zamieszkaćw Gra­

nadzie, ożenić się i mieć gromadkędzieci.

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Cytaty

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